Mutirão

Comunidade do Vinhais Velho intervém no Largo de São João Batista

Após paralisação de obra da Sinfra, os moradores da região se organizaram para construir área de 300m², importante para realização da tradicional Festa das Águas

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

Devotos da Paróquia de São João Batista, no Vinhais Velho, estão fazendo intervenções no largo da igreja para a realização da Festa das Águas, realizada tradicionalmente em junho. A mobilização começou após a paralisação de uma obra, iniciada pela Secretaria de Infraestrutura, em dezembro de 2017.

A Paróquia de São João Batista é uma das mais antigas de São Luís, fundada em 1665, e os festejos em homenagem ao padroeiro acontecem há mais de 80 anos. Nos últimos anos, as condições da área têm dificultado a realização de eventos como esse. Mato, areia e lama dificultam a passagem dos fiéis e a apresentação dos grupos culturais que costumam participar dos festejos. Para modificar a situação, a comunidade decidiu se unir e intervir na reforma, como contou o professor Jadson Borba.

"Uma vez que a obra da praça estava paralisada, e nós precisamos do espaço para a realização do festejo, então entramos em contato com a Sinfra e estamos fazendo uma intervenção, para que deixe o espaço utilizável, porque, como estava definida a estrutura do largo, não tínhamos condições de realizar o festejo, pela questão da água, da lama", relatou.
Areia, brita, cimento, blocos de concreto, todo o material utilizado para a as obras foi arrecadado, por meio de campanhas promovidas também pela comunidade do Vinhais Velho para possibilitar a realização da tradicional Festa das Águas. "A comunidade fez campanhas. Quem pode doa um saco de cimento, um metro de areia. Todo esse material que tem aqui é doação da comunidade”, contou o professor.

De acordo com a engenheira civil Amanda Toniato, moradora do bairro e responsável pela obra, nem mesmo os resíduos do serviço iniciado pela Sinfra foram recolhidos. “Nós tivemos que remover o material que ficou, porque eles deixaram todos os tapumes aí, pneus furados. Então, além da intervenção, ali tem lixo que não é nosso. Foi descarte da obra paralisada”, ressaltou.

Segundo Jadson Borba, a Sinfra não se opôs à intervenção e informou que a verba pública para viabilização da obra teria sido negada pelo Governo Federal. Por isso, foi necessário suspender os serviços.

“A resposta da Sinfra é de que a emenda não foi liberada para o recurso e teve de parar. Só que isso parou em dezembro do ano passado. Então, nós já temos aí cinco meses sem uma resposta de retorno. Na verdade, eles só fizeram uma terraplanagem”, contou o professor.

A Festa das Águas acontecerá de 15 a 24 de junho e, de acordo com a engenheira civíl responsável, a obra feita pela comunidade deve ser concluída no sábado, 26. O professor ressaltou que os serviços feitos pela população não são de urbanização. A intenção é possibilitar a realização do festejo.

“Não é uma obra no sentido de urbanização. É apenas para que as brincadeiras possam se apresentar. Porque ali não tem condições. Quando chove, fica parecendo uma piscina. Vamos fazer um espaço de mais ou menos 300 m², para que as brincadeiras possam dançar”.

A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) informou, em nota, que a obra é um convênio do Governo do Maranhão com o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo. A Sinfra frisou, ainda, que os recursos do governo estadual já foram repassados. Todavia, a obra precisou ser paralisada, uma vez que são esperados os repasses oriundos da União.

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