Onerando o cidadão

Sem água, população tem de gastar dinheiro com carros-pipa em São Luís

Moradores de bairros afetados foram orientados a armazenar o produto, mas alguns precisam contratar serviços de empresas de abastecimento

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

Em bairros onde normalmente acontece rodízio no abastecimento de água, moradores estão contratando empresas de caminhão-pipa para não ficar sem o líquido. Na Belira, a comunidade conta com captação subterrânea de água para garantir o recurso. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), o Sistema Italuís será normalizado amanhã, sábado, 19.

Após o anúncio da parada programada no abastecimento de água em São Luís, a população tem buscado todos os meios possíveis para não ficar sem o produto durante os três dias em que o Sistema Italuís estará inoperante.
No bairro do Monte Castelo, ocorre normalmente um sistema de rodizio na distribuição de água, dificultando o armazenamento do recurso para os próximos dias. Alguns moradores, como o aposentado Ovídeo Raposo, tiveram de contratar serviços de empresas que fazem transporte e abastecimento de água potável.

“[A falta de água] é um problema. Você fica pedindo água, comprando água, para poder suprir a necessidade”, contou o aposentado, que precisou comprar cerca de 1.500 litros para abastecer a casa, onde moram quatro idosos. Segundo ele, o recurso deve durar dois dias.

O contrato desses serviços representa um aumento inesperado nas despesas mensais das famílias. Segundo Ovídeo Raposo, a compra de água “acrescenta um percentual bom dos salários de aposentada da minha mãe e das minhas irmãs, que moram aqui. Representa um aumento com despesa com água”.

No bairro da Belira, onde também acontece rodízio no abastecimento, a população conta com um poço comum para retirar água. O recurso é utilizado para higiene e limpeza das residências. Para o consumo direto e produção de alimentos, eles precisam comprar água mineral.

“Chega todo mês a conta para pagar e água, que é bom, nada. Se não fosse o poço da vizinha em frente, a gente estaria sem água ou indo para a Avenida Kennedy pegar em outro poço que tem lá”, esclareceu a moradora Liberilene Silva.

Lucro
Quem acaba lucrando com os problemas relacionados ao abastecimento hídrico são os proprietários de caminhões-pipas e distribuidoras de água mineral. Marcelo de Sousa tem um caminhão-pipa e, segundo ele, a procura pelos serviços é comum, em períodos de interrupção no abastecimento, intensifica.

“Nós estamos trabalhando 24 horas. Começa 5h da manhã e não tem hora para parar. Em São Luís, a demanda é sempre grande e tem aumentado devido ao desligamento da adutora. Hoje nós já fizemos sete carradas de 12 mil litros e temos mais 5 para a tarde. A procura está muito grande”, ressaltou o empresário.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão divulgou que colocou em circulação carros-pipa para levar água a alguns bairros, além de manter o abastecimento a pontos prioritários, como hospitais e postos de saúde.

Em entrevista à imprensa, o presidente da Caema, Carlos Rogério Araújo, afirmou que o abastecimento será normalizado a partir das 12h de sábado. Por meio das redes sociais do Governo do Estado, a companhia de saneamento emite boletim, informando o andamento das obras.

O serviço de solda na saída das juntas Y foi finalizado às 3h de ontem, sendo realizada na tarde de ontem, 17, a solda da entrada da junta Y. As soldas já foram ultrassonadas e aprovadas. Simultaneamente, continuava a implantação de nova subestação elétrica da captação de água bruta, conforme a última nota emitida pela Caema.

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