Doença

Brasil participa de banco de dados mundial sobre hipertensão

Campanha de aferição da pressão arterial, promovida pela Sociedade Internacional de Hipertensão, vai compor um levantamento global que será divulgado pela entidade estrangeira durante congresso que ocorrerá em setembro deste ano, em Pequim

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

BRASÍLIA - Uma força-tarefa de 600 médicos de todo o país vai montar um banco de dados da pressão arterial do brasileiro. A iniciativa faz parte da campanha mundial de aferição da pressão arterial (PA), promovida pela Sociedade Internacional de Hipertensão (ISH, do nome em inglês), e chama a atenção para o Dia Mundial de Combate à Hipertensão, que foi comemorado ontem. O esforço se estenderá durante todo o mês de maio. O resultado será encaminhado para a ISH e vai compor um levantamento global que será divulgado pela entidade estrangeira durante congresso que ocorrerá em setembro deste ano, em Pequim, China.

O banco de dados brasileiro é elaborado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e o Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DHA/SBC), com apoio da Servier, que financia a elaboração dos bancos de dados em todo mundo.

O coordenador da campanha “Maio, o Mês da Medida de Pressão” (MMM18) no Brasil e também presidente da Sociedade Latino-Americana de Hipertensão (LASH, do nome em inglês), cardiologista Eduardo Costa Duarte Barbosa, revelou que a força-tarefa visa fazer uma fotografia da hipertensão no Brasil e do perfil dos doentes no país. No ano passado, foram avaliados 7 mil brasileiros. Este ano, Barbosa disse que a meta é atingir pelo menos 20 mil pacientes, com probabilidade de chegar até 30 mil pessoas.

Mudança de foco

Este ano, a campanha mudou o seu foco. Se nos anos anteriores, o foco sempre foi orientar a população sobre os perigos da hipertensão, este ano o objetivo é que as pessoas meçam a sua pressão e conheçam o valor dela “para daí, então, se estiver alterada, acima de 120 por 80, ou 12 por 8, procurar o médico”, indicou o presidente da LASH. “O foco da campanha mudou um pouco. Se antes era focada mais em orientação, agora é focada em verificação”.

A pressão 120 por 80 é considerada ótima. Acima de 140 por 90, a pessoa já é hipertensa. Entre 12 por 8 e 14 por 9, ela já é considerada pré hipertensa “e 80% delas, em um ano, vão estar hipertensas”, afirmou o cardiologista.

Estatísticas

Atualmente, 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão. Desses 36 milhões, somente 50% sabem que são hipertensos, dos quais apenas 50% se tratam. Eduardo Barbosa destacou que dessa parcela que se trata, só 50% têm a pressão controlada.

Salientou também o impacto econômico da doença. Trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que a hipertensão provoca o maior impacto no mundo, independente da situação econômica do país. No Brasil, a perda de produtividade no trabalho e de renda familiar totalizou US$ 4 bilhões no período de 2006 a 2015.

“Só em 2013, foram 1,2 milhão de óbitos, dos quais 340 mil decorrentes de doenças cardiovasculares, onde a hipertensão é o maior fator de risco. Em cada três brasileiros adultos, um é hipertenso”, informou o especialista.

Frase

“O foco da campanha mudou um pouco. Se antes era focada mais em orientação, agora é focada em verificação”

Eduardo Costa Duarte Barbosa

Cardiologista

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.