Crise no Centro

Táxis-lotação delimitam espaço no Centro; comerciantes reclamam

Empresários reclamam do estacionamento impróprio em frente às suas lojas e dizem que os passageiros estão se apropriando do interior dos estabelecimentos, utilizando-os como pontos de espera desse tipo de transporte

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Carrinhos ocupam margem de via e passageiros ficam em lojas
Carrinhos ocupam margem de via e passageiros ficam em lojas (carrinhos)

Donos de táxis -lotação, os populares carrinhos, arranjaram um novo ponto para estacionar e pegar passageiros, no centro de São Luís. Os veículos ficam estacionados na Rua do Outeiro, próximo ao antigo Colégio Marista, atualmente sede do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema).

Para facilitar o serviço, eles demarcaram irregularmente, com tinta, sobre o asfalto, e instalaram cones em um espaço da via pública para favorecer o serviço, deixando o tráfego pelo local ainda pior, em vista do grande fluxo de carros que circulam pela rua.

Não bastasse a demarcação, prejudicando o trânsito, que fica ocupado em uma faixa da via por taxistas e do outro, agora, pelos proprietários dos carrinhos, a quantidade de pessoas que procuram pelo transporte clandestino é grande. Os pontos que esses passageiros encontram para se abrigar esperando a saída para a viagem têm sido os estabelecimentos comerciais da área.

O funcionário de uma empresa instalada no local, que não quis se identificar com medo de retaliações, relatou que a situação tem sido caótica, depois que os motoristas começaram a estacionar em frente aos estabelecimentos, pois, como os passageiros procuram espaço para se abrigar, enquanto esperam para o embarque, o amontoado de pessoas que fica na entrada do estabelecimento prejudica quem vai à procura dos serviços da empresa.

Prejuízo
“A situação teve início há duas semanas, e eles [os motoristas] demarcaram o ponto em frente à loja, prejudicando os nossos serviços, pois fica inviável - com o número de passageiros que se abriga na entrada da loja - que os nossos serviços corram como deveriam. Como trabalhamos utilizando telefone, mantendo contato com os clientes, o barulho feito pelos passageiros, na porta, incomoda e prejudica as nossas atividades”, reclamou.

Ainda de acordo com o funcionário da empresa, a quantidade de táxis-lotação é muito grande no período da tarde. Na semana passada, um dos motoristas quase agrediu um idoso que tentou estacionar seu carro no local. “Eles obrigaram e ameaçaram um senhor, que precisou estacionar, a tirar o carro. Eles chegaram a discutir, mas, com medo, o homem acabou retirando o carro”, afirmou.

Os motoristas dos carrinhos usam rádio para fazer a comunicação entre si e, ao perceberem a presença de O Estado, apurando informações, quiseram intimidar proferindo aos outros motoristas, via rádio, o termo “X9”, para informar a presença no local. Em penitenciárias, o termo é utilizado como adjetivo para quem faz delação, isto é, em cunho popular, pessoas “dedo-duro”.

O Estado manteve contato com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

SAIBA MAIS

Carrinhos

Popularmente conhecido como carrinho, o táxi-lotação é um transporte alternativo considerado clandestino na capital. Os proprietários dos veículos aproveitam a ineficiência da SMTT em fiscalizar a circulação do transporte pela capital e faturam com as viagens que seguem um preço popular, atrativo a quem deseja se locomover com facilidade pagando pouco. A maioria dos táxis-lotação faz linha entre a área Itaqui-Bacanga e o centro da Grande São Luís.
Os passageiros costumam fazer uso do transporte ilegal alegando que, nas regiões onde residem, o transporte coletivo público é de difícil acesso e, portanto, os carrinhos acabam sendo um meio alternativo.

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