Homenagem

Emoção e saudade marcam cemitérios no Dia das Mães

No Cemitério Jardim da Paz foi organizada uma programação especial em homenagem às mães que já faleceram; evento foi marcado por emoção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

SÃO LUÍS- O Dia das Mães é uma data repleta de emoção. Momentos como a troca de presentes, mensagens de amor e carinho e o almoço em família, tornaram-se tradições da celebração do segundo domingo de maio. Mas para aqueles que perderam a figura materna, o dia torna-se um momento de saudade, dor e também de homenagens nos cemitérios da cidade.

Em São José de Ribamar, o cemitério Jardim da Paz preparou uma programação especial para quem foi ao local visitar seus entes queridos neste domingo (13). Canções que expressam o amor entre mãe e filho acompanharam a entrega de flores e sensibilizaram a todos.

Visitando a lápide de sua mãe, Sônia Margareth, 51 anos, se emocionou ao lembrar-se da relação que havia entre as duas e diferente de muitas pessoas, não vê o lugar como algo obscuro e ruim.

“Nós éramos mais que mãe e filha, éramos muito amigas. Para mim, essa questão de vir ao cemitério é uma veneração, um respeito ao ente já falecido. Quando eu chego aqui, não falo com ela, falo sobre ela com Deus. Sobre esse presente que ele me deixou. Cada conquista, cada luta, eu venho aqui e me retrato a ela. Eu não vejo o cemitério como um lugar sombrio, mas um local onde existe um pouco dela, como se eu estivesse indo na casa dela”, contou.

Apesar do colorido alegre das flores levadas pelos familiares, a saudade leva aos cemitérios muitas lágrimas e dor por não ter mais em vida, pessoas queridas. A funcionária pública, Eloisa Barros, não conteve o choro durante a visita à mãe que faleceu há pouco mais de um ano.

“Às vezes eu me revolto quando vejo notícias de filhos que maltratam a mãe, enquanto eu queria tanto que a minha ainda estivesse aqui. Deus sabe o que faz, mas a gente não sabe o que fala e a dor continua. Só sente essa dor, essa saudade quem é família de verdade. Mas eu acho que ela está feliz ao lado de Deus”, expôs.

Para tentar aliviar a dor provocada pela saudade, nas árvores do cemitério foram pendurados cartões onde filhos, netos, genros e sobrinhos homenagearam e dedicaram mensagens emocionantes que iam desde pedidos de perdão a votos de paz e descanso às mães que não estão mais presentes entre nós.

Mas para quem ainda não consegue lidar com a perda, essas atividades não foram suficientes para amenizar a tristeza. A pedagoga Núbia Freitas visitou a mãe que faleceu há um ano e meio. Para ela, o Dia das Mães é uma data difícil.

“Para mim é uma das piores datas, hoje. Eu digo que só tem significado porque eu tenho uma filha, mas não tem mais o mesmo sentido de antes. Porque eu acho que depois do amor de Deus, vem o amor de mãe. È inexplicável uma perda, o melhor de tudo é que eu sei que ela está em um lugar melhor”, relatou com emoção.

As homenagens se encerraram com a entrega de balões aos familiares. Em conjunto, eles foram soltos no ar, formando uma bela imagem em um dia tão difícil para aqueles que ainda vivem o luto.

Comércio

Apesar dos momentos difíceis, muitas famílias acabaram transformando a data em uma fonte de renda, como os vendedores de flores. Por se tratar de uma tradição, a visita aos cemitérios acaba sendo bastante intensa durante todo o dia, favorecendo o trabalho dos ambulantes. Cleonice Rocha leva, há 30 anos, sua banca ao cemitério Jardim da Paz. Atualmente comemora parte do Dia das Mães trabalhando com os filhos, com boas expectativas de vendas.

“Tudo indica que é boa, porque no dia das mães é o único presente que eles têm para das às mães, são as flores e a sua atenção. No dia das mães eu venho sempre com a minha família, pra não passar longe dos meus filhos e ainda faturar um pouquinho”, explicou. l

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