Perigo

Fluxo de veículos e festas oferecem risco ao Centro Histórico

Peso e fluxo constante de veículos, além da trepidação de caixas de som, não são positivos para os casarões; situação pode danificá-los e provocar acidentes

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

O Centro Histórico de São Luís é conhecido mundialmente por sua riqueza cultural e arquitetônica. Repleta de casarões coloniais, atualmente a área da Praia Grande tem chamado a atenção, não por sua história e beleza, mas pelo descaso da população e do poder público quanto à manutenção e preservação deste patrimônio. Entre diversos pontos geradores de risco, o fluxo de pequenos e grandes veículos no local se destaca, sem que ações efetivas sejam realizadas.

Por todas as ruas do Centro Histórico, pode-se observar um grande números de veículos estacionados e circulando. Sem fiscalização regular, calçadas seculares são transformadas em estacionamento para automóveis de funcionários públicos e privados de repartições situadas na Praia Grande.

Veículos, como caminhões e carretas, também circulam rotineiramente pelo Centro Histórico da capital, gerando malefícios às ruas, construídas com paralelepípedos. Alguns trechos, inclusive, encontram-se afundados e até descalçados, devido a esse tráfego.

O Educador Social, Clailton Pereira, frequentador da Praia Grande, chamou a atenção para a questão da falta de fiscalização. "Tinha de ter uma fiscalização um pouco mais rígida, porque a gente vê muito caminhão pesado passando aqui, e acabam quebrando toda uma estrutura que não foi preparada para carros desse porte. Vem caminhão entregando cerveja, e na verdade era para ser só carros oficiais. Acaba deteriorando um patrimônio que já não é bem cuidado e não vê fiscalização", ressaltou.

É proibido
Apesar do que se observa diariamente, o tráfego de veículos é proibido no local, de acordo com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Comerciantes, artistas e frequentadores da área afirmam que as ações da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) têm sido insuficientes na região.

Quando O Estado esteve no Centro Histórico, diversos caminhões trafegavam livremente pelo local, recolhendo estruturas de festa e equipamentos de som na Praça do Reggae, localizada na esquina entre as ruas de Nazareth e da Estrela.
Segundo o artista plástico Flávio Aragão, a festa acontece semanalmente no local, e além do fluxo de veículos acaba trazendo outros riscos ao patrimônio. "Eu imagino que quando isso tudo foi construído, não foi feito para receber esse fluxo todo. Eu lembro que até os ônibus que circulavam pela Rua da Paz e Magalhães de Almeida foram retirados para não prejudicar o Centro Histórico", lembrou o artista plástico. Eles frisou que são colocados paredões de som na praça.

"A vibração desse som é muito forte, e eu acho que, de alguma forma, isso deve danificar os casarões, porque a gente sente que a vibração é forte demais e, além dessa, há outras festas ali, pela Praça Nauro Machado", ressaltou.

O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís para questionar sobre a fiscalização de veículos na área do Centro Histórico, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

SAIBA MAIS

Histórico

Em 2012 foi divulgado pelo Iphan o Plano de Mobilidade e Circulação Viária. O projeto deveria ser agregado ao Plano Diretor de São Luís e oferecer soluções para o fluxo de veículos na área do Centro Histórico, onde cerca de 7 mil vagas de estacionamento deveriam ser criadas para findar as infrações observadas na Praia Grande.

Em janeiro de 2018 problema foi denunciado novamente durante uma edição do Bom Dia Brasil. Na ocasião, viaturas da Policia Militar e até SMTT foram flagrados estacionados sob calçadas do Centro Histórico.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reforçou que a responsabilidade de fiscalizar e autuar irregularidades da região da Praia Grande, pertence à Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.