BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a Operação Entice para desarticular um grupo criminoso que fraudava o seguro-desemprego nas cidades de Marabá e Redenção, no Pará. O Ministério do Trabalho e Emprego calcula que os fraudadores conseguiram sacar mais de R$ 4,6 milhões, no período de agosto de 2016 até março de 2018, e só não sacaram mais porque o projeto antifraude implementado pelo ministério não detectou a fraude, bloqueando os pagamentos. Caso isso não acontecesse, o esquema criminoso tinha potencial de causar um prejuízo de mais de R$ 26,8 milhões.
Segundo as investigações, o esquema consistia em aliciar servidores do Sistema Nacional de Emprego (Sine). De acordo com a PF, por meio desses funcionários, os criminosos tinham acesso aos sistemas de concessão dos benefícios. “Em um dos casos investigados, um aliciador chegou a prometer que um servidor ganharia uma média de R$ 90 mil por período de 15 semanas. Para tanto, bastaria apenas que o servidor deixasse sua máquina ‘logada’ no sistema do seguro-desemprego por um determinado período de horas diária”.
A PF informou também que toda a fraude era feita eletronicamente, inclusive com a criação de números do PIS (Programa de Integração Social) falsos. Os fraudadores conseguiam até a emissão do cartão cidadão e conseguiam sacar o dinheiro do benefício em várias cidades do país, entre elas, São Paulo, Aparecida de Goiânia, em Goiás, Belém e São Luís, no Maranhão. Os policiais federais estão cumprindo sete mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, um de prisão temporária e cinco de busca e apreensão. A Justiça determinou ainda o afastamento de dois funcionários suspeitos de suas funções públicas.
A PF explicou que o nome da operação, Entice, refere-se à forma sedutora como os criminosos aliciavam servidores do Sine, prometendo muito dinheiro para fazer parte do esquema de fraudes.
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