Sem condições

Faltam materiais básicos na Unidade Mista do Coroadinho

Para conseguir fazer um curativo, pacientes precisam levar os materiais; até medicação é comprada e apenas ministrada na unidade, por falta de remédios; Semus nega desabastecimento e atribui situação a aumento da demanda

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Pacientes compram medicamentos e material para curativo (detalhe), porque não há  na unidade
Pacientes compram medicamentos e material para curativo (detalhe), porque não há na unidade (remédio)

Gaze, esparadrapo e medicamentos. Produtos básicos para o atendimento de pacientes estão em falta na Unidade Mista do Coroadinho há vários dias. Quem necessita de atendimento tem de levar o próprio material, para a realização dos procedimentos necessários, como curativos.

Aurélio Nogueira tem vivido esse dilema diariamente, desde quando sofreu um acidente de moto. Por correr riscos de infecção, foi orientado pelo médico a diariamente ir à unidade de saúde, para a realização de curativos nos ferimentos, mas ao chegar ao local foi surpreendido pela falta de materiais hospitalares básicos.

Alcilene Nogueira, irmã de Aurélio, é quem o acompanha até a Unidade Mista do Coroadinho. Ela relatou que só conseguiu realizar o procedimento no primeiro dia, porque um paciente doou o material.

"Quando nós chegamos, a enfermeira já havia encerrado o atendimento e pediram para voltarmos no dia seguinte, porque não tinha material. Eu tive de falar com o pessoal da direção do hospital. Tive de ir em casa buscar a atadura e ontem ela até informou que era para levar esparadrapo, porque o que tinha lá, foi doação de um paciente", relatou Alcilene Nogueira.

Os pais de Aurélio Nogueira têm gastado de R$ 50,00 e R$ 60,00, todos os dias, com a compra de gaze, esparadrapo, atadura, água oxigenada, óleo de girassol e outros itens, para garantir o atendimento do filho na unidade.

Outros pacientes também relataram que, além dos materiais necessários para curativos, outros produtos precisam ser levados. Um idoso, que não quis se identificar, está com um ferimento no pé esquerdo e também precisa ir todos os dias ao hospital para refazer o curativo e receber aplicação de uma injeção.

No entanto, ao chegar à unidade, na manhã de ontem, foi informado de que o medicamento estava em falta, tendo de comprar ele mesmo. O produto custou R$ 25,00 e deve ser aplicado diariamente, durante cinco dias. Nenhum funcionário da Unidade Mista do Coroadinho se posicionou sobre a falta de materiais.

Procurada por O Estado, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou, em nota, que há desabastecimento de medicamentos ou outros materiais hospitalares na Unidade Mista do Coroadinho, e que eventuais situações de demora na realização de curativos devem-se ao aumento da demanda na rede de urgência e emergência do Município, mas que não chegam a comprometer o atendimento. A Semus frisou ainda que realiza o atendimento de todos os pacientes que buscam a unidade de saúde, e a prioridade no atendimento é feita de acordo com a classificação de risco.

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