Fim de tensões

Trump afirma que data e sede da reunião com Kim estão definidas

''Vamos anunciá-los em breve'', disse o presidente americano antes de deixar a Casa Branca na sexta-feira,4; ele aceitou uma proposta do líder norte-coreano para uma cúpula entre ambos, com o objetivo de colocar um ponto final às ameaças

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
O presidente Donald Trump chega ao Texas para evento da Associação Nacional de Rifles
O presidente Donald Trump chega ao Texas para evento da Associação Nacional de Rifles (O presidente Donald Trump chega ao Texas para evento da Associação Nacional de Rifles)

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou na sexta-feira,4, que a data e o local de seu esperado encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, já estão acordados, e serão anunciados em breve.

"A viagem está agendada. Agora temos uma data. E temos um local. Vamos anunciá-los em breve", disse o presidente antes de deixar a Casa Branca para uma visita ao Texas.

Trump surpreendeu o mundo em março ao anunciar que havia aceitado uma proposta de Kim para uma cúpula entre ambos, com o objetivo de colocar um ponto final à perigosa escalada de tensões entre os dois países.

Em um gesto impensável apenas meses atrás, Trump enviou a Pyongyang nada menos que o então diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) e agora secretário de Estado, Mike Pompeo, em uma missão secreta que incluiu um encontro pessoal com Kim.

Dias depois dessa reunião, o líder norte-coreano anunciou a suspensão temporária dos testes nucleares e de mísseis, um passo interpretado como um gesto de boa vontade para beneficiar as negociações.

Como resultado dessa aproximação, Kim também teve um encontro histórico com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na zona desmilitarizada que divide a península coreana.

Na semana passada Trump havia dado sinais de que as negociações para definir a data e o local do encontro com Kim estavam para ser concluída.

Entre os lugares possíveis para esse encontro foram mencionados Singapura, Mongólia ou até a cidade de Genebra, na Suíça, mas sem maiores detalhes.

Além disso, desde quinta-feira,3, aumentaram os rumores indicando que Washington e Pyongyang estariam próximos de um anúncio relativos ao destino de Kim Hak-song, Kim Sang-duk e Kim Dong-chul, cidadãos americanos que estão presos na Coreia do Norte. As negociações "sobre os três reféns estão indo bem", disse Trump na sexta-feira,4.

Diferenças sutis

Washington e Pyongyang, entretanto, ainda exibem diferenças sutis em suas expectativas para a cúpula. A Casa Branca insiste em que o objetivo de Trump é a eliminação total "e sem demora" do programa norte-coreano de armas nucleares. Em contrapartida, a Coreia do Norte insistiu na urgência de alcançar a desnuclearização da península coreana, apontando diretamente para a enorme presença militar americana na Coreia do Sul.

Na sexta, 4, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, desmentiu sobre uma versão da imprensa e afirmou que Trump "não pediu ao Pentágono que ofereça opções para reduzir as forças americanas estacionadas na Coreia do Sul".

A resposta de Bolton também deve ser vista como a reação da Casa Branca aos setores mais conservadores, especialmente no Congresso, que não querem que os Estados Unidos cedam nas negociações que envolvem questões militares.

Trump, no entanto, manifestou na sexta uma posição mais pragmática, embora tenha concordado que uma redução de tropas americanas na Coreia do Sul "não está em jogo".

"Não nesse momento, com certeza", afirmou. "Posso dizer a vocês que em algum momento no futuro eu gostaria de economizar algum dinheiro. Como sabem, temos 32.000 soldados" na Coreia do Sul, acrescentou.

Polêmica

A situação dos soldados americanos em solo sul-coreano havia sido objeto de uma áspera controvérsia em Seul. A polêmica surgiu depois que um funcionário de governo afirmou que essa presença militar necessariamente seria discutida se a Coreia do Sul e a Coreia do Norte selassem a paz definitiva à guerra que arrasou a península na década de 1950.

A discussão motivou a intervenção do próprio presidente Moon, que afirmou que a presença dessas tropas era resultado de um acordo "entre Coreia do Sul e Estados Unidos", e que, portanto, não tinha relação com a assinatura de um acordo de paz com a Coreia do Norte.

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