Centro de São Paulo

Bombeiros confirmam uma morte em incêndio

Prédio no Centro de São Paulo, que era abrigo para moradores de rua, pegou fogo na madrugada de ontem; trabalhos de retirada dos escombros devem durar uma semana

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Incêndio começou na madrugada de terça-feira
Incêndio começou na madrugada de terça-feira

SÃO PAULO- Um prédio de 26 andares no centro da capital paulista, onde viviam 50 famílias, desabou em chamas por volta das 3 horas de ontem, após ter sido atingido por um incêndio. O edifício, que ficava na Avenida Rio Branco, na região do Largo do Paissandu, era ocupado por um movimento social de defesa ao direto à moradia. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, afirmou na tarde de ontem que a corporação vai levar 48 horas para começar a mexer na estrutura do edifício. Os trabalhos no local devem durar uma semana.

Segundo Palumbo, durante as buscas por possíveis feridos e na retirada de escombros nas primeiras 48 horas, o uso de equipamentos como retroescavadeiras só será feito na área do entorno da edificação. Na área que envolve a estrutura do prédio, serão feitos, inicialmente, somente trabalhos manuais para garantir a segurança dos bombeiros e de possíveis feridos.

O Corpo de Bombeiros confirmou, até o momento, que uma pessoa morreu. Não há informações oficiais sobre o número de desaparecidos, mas a princípio seriam três desaparecidos. Uma faixa da Avenida Rio Branco foi tomada pelos escombros do edifício que desabou.

O edifício, que ficava na Avenida Rio Branco, na região do Largo do Paissandu, era ocupado por um movimento social de defesa ao direto a moradia. Um segundo prédio, próximo ao que desabou, também foi atingido pelo incêndio. O edifício estava vazio e as chamas ficaram restritas a um único andar.

O prédio em frente ao que desabou voltou a pegar fogo. Bombeiros entraram no prédio para apagar o novo foco, que foi controlado rapidamente. Vidros foram quebrados para o vento circular dentro da edificação.

Segundo o secretário municipal de Assistência Social, Filipi Sabará, 90 famílias já foram atendidas, no total de 248 pessoas. Elas foram encaminhadas para abrigos.

Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana, coronel José Roberto Rodrigues, alguns prédios foram interditados no entorno do edifício que desabou.

Escombros foram resfriados pelos bombeiros
Escombros foram resfriados pelos bombeiros

Antiga sede da PF

O edifício Wilton Paes de Almeida, um prédio de 24 andares e dois patamares de sobreloja, com 11 mil metros quadrados, localizado na esquina da Rua Antônio de Godoy com a Avenida Rio Branco, no Largo do Payssandu, foi sede histórica da Polícia Federal na capital durante 20 anos, com grandes casos de repercussão nacional.

No edifício, ficou preso por algumas horas o argentino Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, no fim da ditadura militar. Também ficou detido o chefe da Máfia da Itália Tommaso Buscetta, após ser preso no Morumbi. Em 1985, o então chefe da PF, delegado Romeu Tuma, comandou do local as investigações para a identificação da ossada do nazista Josef Mengele, o chamado “anjo da morte” de Hitler.

O local estava em avançado processo de degradação. As salas, que antes eram departamentos da PF, se tornaram moradias separadas por madeira. A fachada tinha várias vidraças quebradas, com luz e água cortadas.

O comando do Corpo de Bombeiros divulgou que o estado precário da estrutura do prédio, como a retirada dos elevadores contribuíram para a propagação do incêndio, já que o fosso livre serviu como uma chaminé para o material inflamável, como papelão e botijão de gás presentes nas moradias. l

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