Decidiu calar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

O governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu adotar a estratégia do silêncio em relação ao caso de espionagem de adversários políticos do comunista que estava sendo feita pela Polícia Militar. Depois de dar diferentes justificativas para o caso e até subestimar a inteligência dos maranhenses chamando de fake news e de armação uma ordem notadamente comprovada por documentos oficiais, a divulgação de que o coronel comunista Heron Santos era o coordenador eleitoral dentro da corporação fez o gestor e seus aliados decidirem calar.
Nem o secretário de Segurança do Estado, Jefferson Portela, chegou a se posicionar após a divulgação do depoimento do tenente Juarez Silva, em que ele conta que o coronel Heron Santos é quem estava cobrando o repasse de informações de políticos que fazem oposição ao governo Flávio Dino.
Antes considerado um ato isolado feito “por um oficial de 5º escalão” – como classificou o governador –, o caso de espionagem ganhou proporções maiores, e as informações são de que novos depoimentos estão apontando que a ordem para fichar adversários políticos era oficial e com conhecimento do estado maior da PM.
Na verdade, somente o presidente do PCdoB, Márcio Jerry, chegou a comentar sobre o coronel Heron, que era do seu partido, participando até das eleições de 2014. Segundo Jerry disse à coluna, o coronel não tem mais filiação no PCdoB. Até mesmo porque não pode, por ser ele um policial militar.
Mas fica a questão: será que os laços do coronel foram realmente cortados com o PCdoB? A tal função de coordenador da eleição na corporação pode ter sido dada justamente por esta relação, que já existia.

Também calou
Flávio Dino decidiu usar a mesma estratégia que usou em um dos escândalos que seu governo contabiliza: o áudio do deputado comunista Levi Pontes.
Pontes foi flagrado negociando apoio político em troca do funcionamento da UPA de Chapadinha.
Nesse episódio, o Palácio dos Leões se calou inteiramente. O PCdoB também se fantasiou de morto e nada comentou. E o deputado? Até agora, não sofreu qualquer tipo de problema pelo ato ilegal que cometeu.

Sem registro
E não há registros ainda de qualquer manifestação do Ministério Público a respeito desse caso de Levi Pontes.
O órgão fiscalizador não instaurou qualquer investigação sobre o uso indevido da máquina pública em favor político do deputado.
Assim como no caso de Pontes, o MP também não fez nada no caso da deputada comunista Ana do Gás, que apareceu em vídeo pressionando a diretora da UPA do Parque Vitória para colocar presença em uma funcionária que não ia à unidade de saúde.

Novos fatos
Os partidos políticos que entraram com pedido de intervenção federal na Segurança do Maranhão decidiram levar ao conhecimento da PGR a existência do coronel Heron Santos.
E para isso, vão aditar o pedido, explicando que o coronel estava com a função de coordenador das eleições dentro da PM.
E que Heron Santos era quem pressionava os subordinados para liberar as informações dos adversários do governo de Flávio Dino.

Destaque nacional
O uso político de nomeações de capelães na Polícia Militar e também na Polícia Civil foi destaque na edição de ontem, do jornal O Estado de S. Paulo.
A reportagem traz dados que já haviam sido abordados pela imprensa local, como o aumento no número de capelães que saiu de 14 para 50 em três anos.
O jornal paulista somente esqueceu de mencionar que além dos novos cargos, Flávio Dino também aumentou as patentes dos capelães, que antes eram só até capitão, mas como ele chegou a coronel.

Denúncia
A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Maranhão (Adepol) fez uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho contra o governo estadual.
Na denúncia, os delegados dizem que estão trabalhando em regime análogo a escravidão com cargo horária excessiva de trabalho e ainda com assédio moral e abuso de autoridade.
Os delegados pedem ao MPT que providências sejam tomadas para que os problemas denunciados sejam findados.

Inelegível?
Decisão do presidente Michel Temer de não viajar mais para Ásia para não atrapalhar o andamento de votações no Congresso Nacional chamou atenção.
O motivo é que, se Temer viajasse, Rodrigo Maia, que preside a Câmara, e Eunício Oliveira, o Senado, também precisariam deixar o país para não se tornarem inelegíveis.
Esta interpretação vinda lá de Brasília poderá tirar o sono do vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que pode estar inelegível, já que assumiu o governo em período vedado.

DE OLHO

R$ 1,12 bilhão já foi gasto, em 2018, pelo governo de Flávio Dino para pagamento de encargos especiais que nada mais são do que o pagamento de empréstimos já contraídos pela gestão comunista.

E MAIS

• Augusto Lobato, presidente do PT, já foi chamado pelo governador Flávio Dino para explicar a discussão do nome de Mário Macieira para o Senado pelo partido.

• A entrevista concedida pela ex-governadora Roseana Sarney ao Jornal da Mira, da Rádio Mirante FM, repercutiu no jornal O Estado de S. Paulo.

• As reuniões para definir chapas para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Luís continuam acontecendo. Ainda existe muita indefinição.

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