Precisa explicar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

O episódio da espionagem de adversários políticos usando a Polícia Militar (PM) do Maranhão ainda está longe de terminar. Com as novas revelações de que o coordenador da eleição 2018 de dentro da corporação é o coronel Heron Santos, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem muito o que explicar. E não basta dizer que ele não determinou. A sociedade precisa de explicações mais específicas.
Entre essas explicações, a primeira deveria ser a resposta a uma pergunta: para que a PM estava reunindo dados de adversários políticos do governo estadual? E mais: para qual missão as informações seriam necessárias? E por que elas deveriam ser colhidas com urgência?
Nas primeiras versões sobre o caso, o governador Flávio Dino e seu secretário da área, Jefferson Portela, não conseguiram explicar. Pelo contrário, preferiram tentar negar a existência do documento que determinava a espionagem no interior. Na versão seguinte, admitiram a existência da circular, mas disseram ser ato isolado de subordinados. Depois, como o ato não foi isolado – chegou a comandos no interior –, os governistas decidiram dizer que foi uma armação para prejudicar o governo. A velha e boa “teoria da conspiração”.
Com a participação de Heron Santos, os dedos apontados para a oposição não servem mais.
Como dito antes, o governador precisa dar explicações. Justificar a atitude de um membro da PM e seu correligionário. Se assim não fizer, deixará a insegurança fazer parte da República do Maranhão, fundada pelos comunistas em janeiro de 2015.

Catalogação
A oposição deverá agora buscar as informações sobre quais dados de adversários de Flávio Dino chegaram ao coronel Heron Santos, apontado como coordenador da eleição de 2018.
A informação é necessária, para que os políticos contrários a Dino saibam até que ponto avançou a política de espionagem do governo comunista.
E dependendo da catalogação dos adversários, a oposição deverá reforçar o pedido de intervenção na Segurança do Maranhão.

Abrindo a boca
E é cada vez mais certo que os coronéis acusados pelo governo de fazer ato ilícito na Polícia Militar no episódio da espionagem irão abrir a boca.
O advogado do tenente coronel Emerson Farias disse que seu cliente não tomou a decisão sem ordem superior e que no momento certo vai falar.
O coronel Markus Silva também já comentou que não assumirá a responsabilidade pela circular e já até disse que não assinou qualquer documento.

Tese
O ex-secretário de Esportes de Flávio Dino, o petista preterido pelo governador, Márcio Jardim, usou as redes sociais para reforçar a ideia de que o PT no Maranhão precisa de uma candidatura a senador.
Para Jardim, os candidatos ao Senado da oposição estão em vantagem em relação aos nomes de Dino até o momento.
E para tentar barrar isso, somente o PT teria esta força, já que o ex-presidente Lula desfruta ainda de aprovação política de maioria dos maranhenses.

Novo nome
E com a postagem de Márcio Jardim, fica cada vez mais claro que o PT deverá mesmo apresentar a Flávio Dino um nome para compor a chapa comunista na vaga do Senado.
E nos últimos dias, o nome mais cogitado tem sido do ex-presidente da OAB no Maranhão, Mário Macieira. À coluna, Macieira disse que tem sido procurado por colegas de partido para que ele aceite o desafio.
E a possibilidade de isso acontecer não é descartada por Mário, considerado um nome de mais fácil aceitação que o de Márcio Jardim para Flávio Dino, por exemplo.

Medo
A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) mostrou que sua candidatura em 2018 é irreversível.
Em entrevista ao Jornal da Mira, da Mirante FM, a emedebista disse ser fake news a informação de que ela havia desistido de sua pré-candidatura.
Para a ex-governadora, seus adversários estão com medo da disputa com ela e, por isso, inventam notícias falsas.

No interior
Durante entrevista ao Jornal da Mira, Roseana também derrubou especulações sobre a segunda etapa de sua caravana por cidades do interior do estado.
Para os especuladores, a não continuidade do projeto seria mais um sinal de que ela pensa em desistir da pré-campanha.
A verdade: Roseana adiou a viagem por orientação dos próprios correligionários das cidades que a receberiam. O motivo são as chuvas fortes que atingem os municípios incluídos na itinerência. Roseana afirmou que retomará a caravana em tempo oportuno.

DE OLHO
R$ 18,3 milhões é o desvio na Saúde do Maranhão, segundo apontado pela Polícia Federal, entre os anos de 2015 e 2017.

E MAIS
• A participação ativa do coronel Heron dos Santos na espionagem a adversários políticos de Flávio Dino deixa uma dúvida: o oficial trabalha mesmo pela PM ou pelo seu partido?

• Se for pelo PCdoB, quem deve explicações é o presidente estadual da legenda, Márcio Jerry.

• A eleição da Câmara Municipal de São Luís não está definida como estava sendo previsto. Insatisfações com promessas não cumpridas podem mudar o cenário.

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