Mercado de trabalho

Desemprego atinge 13,7 milhões de pessoas no país, segundo IBGE

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego no primeiro trimestre deste ano subiu para 13,1%, aumento de 11,2%

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Em três anos, o país perdeu 4 milhões de carteiras de trabalho assinadas, afirma coordenação de pesquisa
Em três anos, o país perdeu 4 milhões de carteiras de trabalho assinadas, afirma coordenação de pesquisa (desemprego)

Rio

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,1% no primeiro trimestre do ano. No último trimestre de 2017, atingiu 11,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março de 2017, o desemprego havia sido de 13,7%. Com isso, o total de desempregados no país chegou a 13,7 milhões, um aumento de 11,2% em relação ao trimestre anterior (12,3 milhões). Na comparação com o primeiro trimestre de 2017 (14,2 milhões de desocupados), houve que­da de 3,4%.
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE, a população ocupada (90,6 milhões) caiu 1,7% em relação ao último trimestre do ano passado (92,1 milhões), mas cresceu 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2017 (88,9 milhões). Desse modo, o nível de ocupação chegou a 53,6%, abaixo dos 54,5% do trimestre anterior, mas acima dos 53,1% do primeiro trimestre de 2017.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada atingiu 32,9 milhões de pessoas, queda de 1,2% (408 mil pessoas) ante o trimestre anterior e de 1,5% (menos 493 mil pessoas) na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Já o número de empregados sem carteira assinada ficou em 10,7 milhões de pessoas, uma redução de 402 mil pessoas em relação ao último trimestre de 2017, mas uma alta de 5,2% de 533 mil pessoas em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Com relação à categoria dos trabalhadores por conta própria, esta ficou estável, na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, em 23 milhões. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,8% (mais 839 mil pessoas).
Apesar do aumento do nível de desemprego, o coordenador da pesquisa afirma que o resultado mostra que o cenário do mercado de trabalho está “mais favorável” que no primeiro trimestre do ano passado. Ainda segundo o pesquisador, a queda de 1,5 milhão no número de trabalhadores ocupados está diretamente relacionado a um efeito sazonal, que afetou tanto o emprego com carteira assinada quanto o sem carteira assinada.

Mercado de trabalho
Segundo o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, o que mais denota o quanto o mercado de trabalho ainda está em crise é o volume de pessoas ocupadas com carteira de trabalho assinada, que atingiu o menor contingente da série. “Em três anos, o país perdeu 4 milhões de carteira de trabalho assinada", destacou.
Ele ponderou, no entanto, que vem perdendo ritmo a queda de trabalhadores com carteira assinada. Na comparação com o trimestre terminado em março do ano passado, a redução foi de 1,5%, enquanto já chegou a cair 4,1% entre junho de 2015 e junho de 2016.
Na comparação com o último trimestre de 2017, metade dos 10 grupamentos de atividades pesquisados tiveram queda na população ocupada, com destaque para a construção, cujos ocupados recuaram 5,6% (uma perda de 389 mil postos de trabalho). Outros cinco grupamentos se mantiveram estáveis.
Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, três grupamentos registraram alta no total da população ocupada, com destaque para outros serviços, cujos postos de trabalho cresceram 10,4%. A construção foi o único grupamento com queda de 4,1%. Seis grupamentos ficaram estáveis.

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Rendimento

O rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.169 no primeiro trimestre deste ano, relativamente estável tanto em relação ao último trimestre do ano passado quanto na comparação com o primeiro trimestre daquele ano.

Pequenos negócios abriram mais de 47 mil vagas de emprego formal

Brasília

Pelo terceiro mês consecutivo, os pequenos negócios lideraram a geração de empregos no país. Foram 47,4 mil novas vagas com carteira assinada, totalizando quase 200 mil postos de trabalho somente no primeiro trimestre de 2018, um aumento de 127% em relação ao mes­mo período do ano passado. Ao contrário dos outros meses, as médias e grandes empresas também apresentaram, pela primeira vez este ano, um saldo positivo em março, com a criação de cinco mil vagas, mas ainda assim acumulam números negativos. Os dados são de pesquisa do Sebrae com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
“Não é novidade que o emprego do país passa pela micro e pequena empresa. Agora, com a chance de parcelarem as dívidas fiscais por meio do Refis da MPE, os empresários de pequenos negócios certamente ganharão novo fôlego para gerar ainda mais vagas”, analisa o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Somando todos os saldos com os da Administração Pública, o total de empregos formais celetistas gerados em março foi de 56,1 mil. O setor de Serviços, mais uma vez, foi o que gerou mais emprego nos pequenos negócios. Foram 34,3 mil postos de trabalho, destacando as empresas que atuam na área de Ensino, que abriram mais de 12,2 mil vagas, seguidas pelas do ramo imobiliário, que empregaram 11,6 mil pessoas.
A pesquisa mostra ainda um sal­do positivo nos pequenos negócios ligados à Indústria de Transformação, com a geração de 8,3 mil vagas e na Construção Civil, com quase seis mil empregos. Os pequenos negócios do setor Extrativista Mineral, que em fevereiro demitiram 257 trabalhadores, geraram em março 347 postos de trabalho. Na Agropecuária, o números de vagas também subiu para 2,3 mil. Os saldos negativos foram registrados no Comércio (-3,6 mil), que foi menos negativo, se comparando ao do mês de fevereiro, quando foram demitidas 15,5 mil pessoas no setor.
Em 2017, os pequenos negócios geraram 338 mil postos de trabalho e a tendência de crescimento de emprego, com carteira assinada, no setor vem se confirmando. Conforme os dados do Caged, só neste primeiro trimestre, as micro e pequenas empresas geraram 196 mil novas vagas, quase 60% de todos os empregos criados por elas no ano passado.

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