DINAMARCA - A justiça condenou ontem o inventor dinamarquês Peter Madsen à prisão perpétua pelo assassinato da jornalista sueca Kim Wall, na Dinamarca. Durante o julgamento, ele negou ter matado a jornalista, mas admitiu ter mutilado o corpo e jogado ao mar. O crime ocorreu em agosto de 2017.
Madsen, de 46 anos, foi acusado de assassinato, profanação de cadáver e agressão sexual. Em audiência no dia 8 de março, a advogada de defesa de Madsen afirmou que Kim Wall, de 30 anos, morreu acidentalmente no submarino de fabricação caseira de seu cliente, mas admitiu que o seu cliente mutilou o corpo.
No início das investigações, Madsen assegurava que a jornalista havia morrido acidentalmente, depois que uma escotilha de 70 kg caiu sobre a sua cabeça, porém negava ter mutilado o cadáver.
A necropsia não permitiu determinar as causas da morte de Kim Wall. As partes do corpo da vítima foram encontradas em diferentes lugares da Baía de Køge, que separa a Dinamarca da Suécia.
Entrevista no submarino
Em 10 de agosto, Madsen embarcou com Wall no "UC3 Nautilus", submarino que ele mesmo projetou e construiu. A jornalista independente, de 30 anos, queria fazer o perfil deste engenheiro autodidata obcecado pela conquista do mar e do Espaço.
Madsen foi socorrido no dia 11 de agosto pela manhã, antes do naufrágio de sua embarcação, que admitiu ter afundado intencionalmente.
No dia seguinte, as autoridades emergiram o "Nautilus", que foi rebocado até Copenhague para fazer investigações em seu interior.
Depois de uma intensa busca no mar, o tronco decapitado e amputado de Kim Wall foi encontrado em 21 de agosto por um ciclista na Baía de Køge.
No início de outubro, a Polícia anunciou ter encontrado a cabeça e as pernas da jornalista nas mesmas águas.
A acusação sustenta que Madsen matou Kim Wall com o objetivo de satisfazer uma fantasia sexual, para depois mutilar seu corpo.
No disco rígido do computador de seu laboratório foram encontrados filmes "fetichistas" em que mulheres "reais" são torturadas, decapitadas e queimadas.
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