Polêmica

Irã não terá arma nuclear e França não deixará acordo

Declaração foi dada ontem no Congresso americano pelo presidente francês Eammanuel Macron; na terça,ele tinha dito estar disposto a trabalhar com os EUA para elaboração de um novo acordo com o Irã

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
O presidente da França Emmanuel Macron no congresso americano
O presidente da França Emmanuel Macron no congresso americano (O presidente da França Emmanuel Macron no congresso americano)

WASHINGTON - O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou no congresso americano ontem que o Irã "nunca" terá armas nucleares, de acordo com a France Presse. O francês, que está em visita a Washington, encontrou-se com o presidente americano, Donald Trump, na terça-feira,24.

Após a polêmica declaração do dia anterior, em que disse estar disposto a trabalhar com os EUA para elaboração de um novo acordo com o Irã, o francês garantiu ainda que seu país "não se retirará" do acordo multinacional assinado em 2015 com Teerã.

"O Irã nunca possuirá qualquer arma nuclear, nem agora, nem em cinco anos, nem em dez anos", declarou. No entanto, ele ressaltou que “esta política nunca deve nos levar a uma guerra no Oriente Médio".

Ontem, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, questionou a legitimidade dos esforços dos Estados e seus aliados europeus para mudar o acordo nuclear. A Rússia e a União Europeia também expressaram o desejo de preservar o pacto firmado entre o Irã e o Grupo 5+1 (Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) em julho de 2015.

Novo acordo?

Macron é o 1º presidente homenageado com uma visita e jantar de Estado nos 15 meses em que Trump está na Casa Branca. Após encontro com Trump na terça, Macron afirmou: "Desejamos trabalhar sobre um novo acordo com o Irã". Dessa forma, ele evocou a possibilidade de seu colega americano cumprir sua promessa de campanha de se desfazer do texto visando impedir o Irã de se dotar da bomba atômica.

O presidente iraniano reagiu, questionando a legitimidade dos EUA e da França de fazer tal proposta. "Junto com um líder de um país europeu, eles afirmam: 'Nós queremos decidir sobre um acordo alcançado entre sete partes'. Para que? Com que direito?", questionou nesta quarta o Hassan Rohani em um discurso em Tabriz, norte do Irã.

Isolacionismo

Em seu discurso no Congresso, Macron ainda alertou para o isolacionismo e "a esperança do nacionalismo", pedindo para que se aposte em "um forte multilateralismo" que impeça a decadência de instituições como Organização das Nações Unidas (ONU) e Otan, de acordo com a Efe. "Fechar as portas para o mundo não parará a evolução do mundo", afirmou.

O presidente francês também fez um alerta para os riscos de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), e previu que o governo americano voltará a fazer parte do Acordo de Paris contra a mudança climática.

"Uma guerra comercial não é coerente com a nossa missão. O único resultado que conseguirá é destruir empregos, aumentar os preços e a classe média terá que pagar por isso", disse Macron, que pediu a Washington.

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