CPI

Cutrim pressiona Governo por queda de Jefferson Portela

Deputado afirma que secretário não tem mais condição moral de se sustentar no cargo e cobra instalação de CPI para apurar denúncias

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Raimundo Cutrim é deputado estadual pelo PCdoB
Raimundo Cutrim é deputado estadual pelo PCdoB (Cutrim)

O deputado governista Raimundo Cutrim, filiado ao mesmo partido político do governador Flávio Dino, o PCdoB, tem pressionado o Governo do Estado pela queda do secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela.

Cutrim afirmou ontem na tribuna da Assembleia Legislativa que o titular da SSP não tem condição moral de continuar no cargo.

Ele citou a denúncia de um policial militar que afirmou ter sido coagido por Portela para incluir o nome do parlamentar entre os integrantes de uma quadrilha de contrabando desbaratada no mês de fevereiro em São Luís. E o escândalo nacional da “espionagem”, revelado por O Estado, em que pelo menos três documentos do Comando de Policiamento do Interior da Polícia Militar (PM), determinam o monitoramento de políticos que fazem oposição a Dino em todo o estado.

De acordo com Cutrim, a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de analisar o pedido de intervenção federal formalizado por 10 partidos políticos, após a denúncia da espionagem, por si só, já compromete a manutenção de Portela no cargo.

“Isto não é uma questão pessoal, é uma questão de preocupação pública. Mais de 10 partidos e a sociedade organizada pedem a intervenção federal no estado, na segurança pública. Há um clamor de preocupação em relação ao pleito eleitoral que se aproxima. [...] Questiono, senhor presidente, senhores deputados, galeria, imprensa, se tem condição de permanência no cargo o atual secretário? Tem a condição de imparcialidade administrativa dos conflitos, dos interesses contrariados de nossa gente? Não tem”, disse.

Cutrim também defendeu a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para a apuração da denúncia do PM Fernando Paiva Moraes Júnior, sobre a tentativa de inclusão do parlamentar no esquema criminoso do contrabando.

“Um secretário de segurança sério, equilibrado e isento, não comandaria uma investigação forçada, forjada para atingir os seus desafetos. Portanto, o que questiono? Deve permanecer no cargo? O poder de polícia não é poder. O poder de polícia deve ser administrado com compromisso, com profissionalismo, com pulso. Há nesta Casa um pedido de CPI, e creio na sua aprovação. A Assembleia não pode compartilhar com esse desmando. O Governo do Estado não pode se isentar de providências para uma questão tão séria”, completou.

Cutrim também chamou Jefferson Portela de “perigoso”. “Ele é perigoso. Um secretário psicopata. Ele é psicopata”, disse, na tribuna do Legislativo.

Portela reage – O secretário Jefferson Portela reagiu ao posicionamento de Cutrim, em rede social.

Ele atacou o deputado do PCdoB e sugeriu a debandada do parlamentar do grupo político.

“Deputado Cutrim, você não tem moral nem para me dar bom dia. Fique no seu mundo das sombras”, disse e completou: “Deputado Cutrim voltou para o ninho e pia no ritmo dos antigos chefes”, finalizou.

Saiba Mais

O deputado Sousa Neto (PRP) recolhe assinaturas para duas CPIs na Assembleia Legislativa. Uma trata da apuração do memorando da Polícia Militar que determinou o monitoramento de políticos de oposição a Flávio Dino. O segundo trata da denúncia em desfavor de Jefferson Portela.

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