Copa do Mundo-2018

Sem conseguir patrocinadores, Fifa fecha contas com estatais russas

Com sérias dificuldades para fechar os seus patrocinadores para o Mundial, a entidade arrecada recursos de estatais russas que, sob o intenso controle do Kremlin, passam a "investir" na competição que está prestes da começar.

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Essa não é a primeira vez que empresa sai ao resgate de Vladimir Putin
Essa não é a primeira vez que empresa sai ao resgate de Vladimir Putin (Conforme pesquisas, Vladimir Putin deverá ser reeleito presidente da Rússia neste domingo)

Genebra - Com sérias dificuldades para fechar os seus patrocinadores para a Copa do Mundo na Rússia, a Fifa arrecada recursos de estatais russas que, sob o intenso controle do Kremlin, passam a "investir" no Mundial que está prestes da começar.

Nesta segunda-feira, a entidade máxima do futebol anunciou um contrato de patrocínio com a empresa Alrosa, uma estatal russa dedicada à mineração de diamantes. Com a entrada da estatal, o Kremlin soma quatro empresas entre as vagas abertas pela Fifa para atrair patrocinadores europeus.

Os valores do acordo não foram anunciados. Mas essa não é a primeira vez que a empresa de diamantes sai ao resgate de Vladimir Putin. Em 2016, sofrendo com sanções internacionais por conta de sua anexação da Crimeia, o Kremlin decidiu vender 10% da mineradora por quase US$ 1 bilhão e, assim, reduzir seu déficit. Além disso, a empresa operava como uma espécie de instrumento diplomático para seduzir conglomerados que estivessem interessados em fazer parte das operações de uma das maiores empresas de diamantes o mundo.

Agora, a mineradora se soma a outras três estatais controladas por Vladimir Putin para a Copa do Mundo: Alfa-Bank, Rostelecom e as Ferrovias Russas. Além delas, a Gazprom faz parte das patrocinadoras globais do evento.

O desembarque em peso das estatais sinaliza, dentro da Fifa, que o Mundial de 2018 na Rússia será essencialmente arcado com dinheiro público. Além dos recursos recordes de US$ 10,8 bilhões (R$ 35,2 bilhões) destinados oficialmente em grande parte pelo governo, o patrocínio com valores sigilosos por parte das empresas do Kremlin ajuda a entidade máxima do futebol a fechar suas contas, sem ter sequer de prestar contas.

Se a Fifa comemora a chegada das empresas russas, a realidade é que 16 vagas para empresas da América do Norte, América do Sul, Oriente Médio e Ásia continuam vazias.

Entre os parceiros globais, a Fifa conta ainda com gigante como Coca-Cola, Hyundai-Kia Motors, Visa e Adidas. Mas as vagas deixadas por empresas que passaram a evitar a crise instaurada na entidade a partir de 2015 foram substituídas por grupos árabes, chineses, além dos russos. Ainda assim, a Fifa vai para a Rússia com cinco patrocinadores globais, contra oito em 2014 no Brasil.

Não por acaso, o presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, tem percorrido reuniões com cartolas em diferentes países do mundo para convencer a todos a ampliar o Mundial de 2022 de 36 seleções para 48. Assim, estima poder ampliar a renda da Fifa em US$ 1 bilhão, apenas com a venda de direitos de transmissão e publicidade.

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