Balneabilidade

21 trechos de praias estão impróprios para banho na Ilha

Foram analisados 21 pontos, conforme monitoramento semanal, feito pela Sema, e todos estão poluídos; alguns deles não estão sinalizados; em outros, banhistas ignoram os avisos distribuídos e põem em risco a própria saúde

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

SÃO LUÍS - O laudo de balneabilidade das praias da Região Metropolitana de São Luís foi divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), na quinta-feira, 19, atestando que todos os 21 trechos analisados estão impróprios para banho.

O documento apresenta resultados à ação de monitoramento realizada no período de 18 de março a 15 abril. Nesta ação, foram coletadas e analisadas amostras de água de 21 pontos distribuídos nas praias da Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagi.

O resultado apontou como impróprio todos os pontos analisados, e, de acordo com os técnicos da Sema, a ocorrência de chuvas durante o período de estudo contribuiu para a extrapolação dos valores máximos permitidos para enterococos.

Ainda de acordo com a equipe técnica, o carreamento de matéria orgânica oriunda da lavagem das vias públicas e drenagem fluvial para as águas marítimas, influenciaram negativamente as condições de balneabilidade das praias.

Sinalização

Alguns pontos considerados impróprios para banho, como os localizados na Praia do Meio e na Praia do Olho d’Água, não foram sinalizados até o fim de semana. Frequentadores disseram que em nenhum outro laudo, as autoridades competentes sinalizaram, declarando-os impróprios ou não.

Na Praia do Calhau, o suporte da placa de sinalização foi danificado pela ação do tempo, mas continua fixo na calçada, enquanto a placa que apresenta o estado do ponto de acordo com o laudo técnico divulgado periodicamente, não existe mais.

O guarda municipal Teixeira, que faz parte da equipe de segurança da Praia do Olho d’Água, disse que as placas inexistentes foram removidas pelos ambulantes e barraqueiros, pois prejudicava o trabalho deles.

“As placas que foram colocadas nos pontos impróprios daqui, foram removidas pelos ambulantes e barraqueiros que tiram seu sustento com a venda de seus produtos no local”, afirmou. “Eles removeram as placas, porque elas prejudicam o trabalho deles e afugentam os frequentadores da praia”.

Esgoto

Na Praia do Olho d’Água, frequentadores se queixam da falta de estrutura. Reclamam de um esgoto que estourou e escorre diretamente pela praia, há anos, e da falta de fiscalização das autoridades públicas.

O surfista Rogério Verde afirmou que há mais de 20 anos o esgoto estourado escoa em direção à praia, contaminando ainda mais a água, e disse que o problema não se limita àquela região. Ele lembrou que os rios de São Luís e região metropolitana desembocam no mar, responsabilizando a problemática de poluição das águas à sociedade, que faz descarte irregular de lixos e dejetos prejudicando a si própria.

“A conscientização tem de partir do poder público, mas principalmente da sociedade que não descarta lixos e dejetos de forma adequada”, frisou.

Esclarecimento

Em relação ao esgoto estourado na Praia do Olho d’Água, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, em nota, que executa o programa Mais Saneamento, do Governo do Estado, e que desde o início adota medidas para garantir o aumento de 4% para 70% de esgoto tratado na capital, ações que contribuem diretamente na balneabilidade das praias.

O programa abrange a construção de duas novas Estações de Tratamento de Esgoto - ETEs Vinhais, já entregue, e Anil, em construção, além da recuperação das duas já existentes. O programa também está implantando 355 km de rede coletora de esgoto, interceptores e 35 novas Estações Elevatórias de Esgoto (E.E.E). Também faz parte do programa a retirada de pontos de esgoto de rios da capital, como o Claro, Calhau e Pimenta (em andamento), e da Lagoa da Jansen (obra já entregue).

Por sua vez, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou, ainda, que realiza semanalmente o monitoramento e fiscalização em bares e empreendimentos da ilha, como forma de coibir o lançamento de esgoto clandestino nos rios e praias a fim de controlar o aumento de enterococos.

Sobre a falta de placas de sinalização não identificadas nas áreas que estão impróprias para banho de acordo com o laudo técnico, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou que realiza semanalmente o monitoramento da orla, o que inclui a verificação da situação das placas informativas. Frisou ainda, que os equipamentos sofrem a ação de vândalos, e que uma vez detectada a ausência de alguma placa pela Secretaria, o órgão providencia imediatamente a recolocação.

SAIBA MAIS

Quantidade de pontos impróprios e locais a partir do resultado laudo técnico de balneabilidade
Praia da Ponta d’Areia –-- 6
Praia de São Marcos –----- 5
Praia do Calhau ------------ 3
Praia do Olho d’Água ----– 2
Praia do Meio-------------–-2
Praia do Araçagi ---------–-3

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