Saúde

Hospital São Domingos implanta Serviço de Radioterapia

HSD tem, atualmente, capacidade para tratar cerca de 80 pacientes por dia, com previsão de ampliação; hospital realizou procedimento inédito no estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Equipamento usado no processo e Flávio Napoleão e equipe da Radioterapia do HSD
Equipamento usado no processo e Flávio Napoleão e equipe da Radioterapia do HSD

Está em funcionamen­to o Serviço de Radioterapia do Hospital São Domingos (HSD). Contando com os equipamentos mais modernos disponíveis no mercado e equipe especializada, a Radioterapia HSD tem, atualmente, capacidade para tratar cerca de 80 pacientes por dia, com previsão de ampliação. As consultas e procedimentos são marcados pelo telefone 3216-8575.

A radioterapia é um método que utiliza radiações ionizantes para eliminar ou impedir o crescimento de tumores malignos, promovendo a cura e aumentando a qualidade de vida de pacientes com câncer que têm indicação para esta terapia.

No Maranhão, atualmente, o acesso é difícil, tanto pela limitação do número de vagas, quanto pelas restrições técnicas disponíveis no mercado local. E hoje estamos felizes por oferecer uma terapia de tão elevado padrão, pelo conceito do que é a radioterapia”Flávio Napoleão Ferro, coordenador da Radioterapia do HSD

De acordo com o coordenador da Radioterapia do HSD, Flávio Napoleão Ferro, a radioterapia é majoritariamente utilizada para tratamentos de tumores malignos, mas pode ser usada para outras finalidades, como tumores benignos, malformações vasculares e queloides. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, em horário ampliado, tanto consultas ambulatoriais quanto as sessões do procedimento.

O radioterapeuta explica que o objetivo do hospital ao criar a radioterapia é possibilitar e ampliar a capacidade de atendimento no estado, contribuindo com a redução da fila de espera por esse tipo de serviço no Maranhão.

“O estado já dispõe de radioterapia, mas não consegue atender o grande volume de pacientes. Nossa intenção é suprir parte dessa demanda, atuando para conseguir impactar sobre a fila de espera. Além disso, muitos procedimentos de altíssima complexidade em radioterapia não eram feitos no estado e os pacientes com essa necessidade eram obrigados a se deslocarem para outros centros de tratamento, no momento mais crítico de suas vidas. A intenção do HSD é inverter esse fluxo e pacientes que iriam tratar-se fora possam receber o tratamento necessário no seu Estado além de passar a ser uma opção aos pacientes de outros estados. Tecnicamente, vamos oferecer um tipo de tratamento que atualmente só é feito em grandes centros, tendo em vista que contamos com o aparelho mais moderno do mundo atualmente fabricado. O acelerador do Hospital São Domingos é somente o 10º desse tipo instalado por hospitais brasileiros e a nossa meta é avançar sempre nessa área tecnológica”, afirma Flávio Napoleão Ferro.

No geral, a radioterapia tem poucos efeitos sobre o organismo como um todo. Como é um tratamento localizado, os efeitos se restringem à região que se está tratando”Flávio Napoleão Ferro, coordenador da Radioterapia do HSD

Alta demanda
Em torno de 60% dos pacientes com câncer vão precisar fazer radioterapia em algum momento do seu tratamento. Des­ta forma, o procedimento compõe o tripé do tratamento con­tra o câncer, composto por quimioterapia, radioterapia e cirurgia, e podemos dizer que, em determinados casos, é essencial para a cura. “No Maranhão, atualmente, o acesso é difícil, tanto pela limitação do número de vagas, quanto pelas restrições técnicas disponíveis no mercado local. E hoje estamos felizes por oferecer uma terapia de tão elevado padrão, pelo conceito do que é a radioterapia e as possibilidades que ela pode oferecer, pois com certeza farão a diferença na vida das pessoas que dela necessitam”, analisa Flávio Napoleão.

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que só no Maranhão devem surgir, em 2018, cerca de 6 mil novos casos de câncer. Desses, só em São Luís, deverão ser aproximadamente 4 mil novos casos, dos quais cerca de 3.600 necessitarão de radioterapia. Somam-se a estes os casos já diagnosticados e esperando tratamento com radioterapia.
Atualmente, segundo o médico, muitos pacientes oncológicos aguardam por essa terapia por tempo superior ao pre­visto por lei - 60 dias após o diagnóstico. Até agora, nos deparamos com uma realidade nada fácil, com pacientes em busca de tratamento em outros estados e outros em filas de espera, submetidos ao risco da evolução da doença.

Resultados
O tratamento tem excelentes resultados em termos de cura e prevenção de efeitos colaterais e sequelas. “No geral, a radioterapia tem poucos efeitos sobre o organismo como um todo. Como é um tratamento localizado, os efeitos se restringem à região que se está tratando. Eles variam de acordo com a região, a intensidade do tratamento e com a indicação do protocolo”, explica.

O radioterapeuta esclarece que a radioterapia e a quimioterapia são diferentes. Enquanto a quimioterapia é um tratamento farmacológico, endovenoso ou oral, com reações mais sistêmicas, a radioterapia utiliza radiação, e como sua aplicação é localizada na região do tumor, as reações tendem a ser mais localizadas.

Equipe da Radioterapia do HSD
Equipe da Radioterapia do HSD


Ainda segundo o médico, “a radioterapia e a quimioterapia têm indicações distintas, de acordo com a classificação da doença, perfil do paciente, disponibilidade técnica, avaliação clínica e o protocolo. É muito comum existirem casos em que o paciente realiza ambos os tratamentos. Desta forma, apesar de apresentarem funções distintas, eles funcionam de forma complementar e o paciente pode até chegar a fazer as duas ao mesmo tempo. Mas tudo depende da avaliação clínica”.

O estado já dispõe de radioterapia, mas não consegue atender o grande volume de pacientes. Nossa intenção é suprir parte dessa demanda, atuando para conseguir impactar sobre a fila de espera”Flávio Napoleão Ferro, coordenador da Radioterapia do HSD

Procedimento inédito no MA
Culminando com o início das atividades do setor, foi realizado, no dia 10 de abril, a primeira sessão de radioterapia com Intensidade de Feixes Modulada (IMRT) em Arco Dinâmico (VMAT) do Maranhão. Tal procedimento representa uma das técnicas mais avançadas, em termos de radioterapia, que atualmente pode ser oferecida e que vai impactar de forma muito positiva o tratamento de tumores malignos nas regiões da cabeça e pescoço e da pelve, já que o procedimento, apesar de já fazer parte do rol de procedimentos da ANS, ainda não era realizado no estado, o que acabava por obrigar os pacientes, principalmente com tumores da região da cabeça e do pescoço, a se deslocarem para outros centros.

"Com a possibilidade de realizar IMRT, o estado ganha uma técnica de radioterapia com uma capacidade muito maior de proteção aos órgãos de risco, possibilitando diminuir a incidência de efeitos colaterais e sequelas, em comparação ao tratamento convencional. É um tratamento mais preciso, que demanda equipamentos modernos e que, por ter a capacidade de prevenir sequelas e efeitos colaterais, permite ao médico assistente tratar os tumores com uma dose maior e oferecê-lo de forma mais segura, possibilitando uma chan­ce maior de cura. Além disso, essa técnica é a base para a realização de outras que também não eram realizadas no estado, como a radiocirurgia, e que agora estão disponíveis. A realização do IMRT e as demais possibilidades do Serviço de Radioterapia coloca o Hospital São Domingos em nível de igualdade com os melhores centros de radioterapia do país e queremos ser um serviço de referência para o Maranhão e as regiões Norte e Nordeste", conclui Flávio Napoleão.

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