Chuvas na Ilha

São Luís embaixo d’água após chuvas intensas

Com as chuvas intensas, vários pontos da cidade ficaram inundados, e mais uma vez problemas de drenagem são percebidos pelas principais avenidas da capital; muros de residência, condomínio e cemitério desabaram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

[e-s001]São Luís foi inundada pelas chuvas que a atingiram nas primeiras horas de ontem, 16. No início da manhã, vários pontos da cidade ficaram intrafegáveis. Pedestres também tiveram dificuldades para atravessar as ruas, trazendo à tona mais uma vez a questão da falta de drenagem nas vias da capital.

Um dos pontos onde essa situação pôde ser vista com intensidade foi na Avenida Colares Moreira, próximo ao Tropical Shopping, onde a água cobriu todo o asfalto, e quem precisou atravessar a via caminhando teve que se molhar para chegar do outro lado, já que não havia outra saída.

Um pouco mais à frente, na mesma avenida, a água invadiu as instalações onde funcionava um curso pré-vestibular, como já havia feito outras vezes. Em frente, um carro que passava na hora do alagamento quebrou dentro da água – motoristas que passavam pelo local registraram o fato.

Na Avenida Jerônimo de Albuquerque, a situação vivenciada nas chuvas do última terça-feira, 10, se repetiu, em frente ao Palácio Henrique de La Rocque, onde a água ocupou a via, formando uma lagoa, o que fez com que muitos condutores hesitassem em seguir, gerando congestionamento.

[e-s001]Orla
Outro ponto onde a água também se acumulou ontem, por causa da chuva, foi na Avenida Litorânea, em especial nas proximidades do Batalhão de Bombeiros Marítimos (BBMar), fazendo com que os condutores tivessem maior cuidado para evitar prejuízos com os buracos escondidos pela água naquela via.

Além disso, na Praia do Calhau, muito lixo foi deixado na areia pela água da chuva, provavelmente descartado em locais irregulares.

O muro do Centro de Ensino Paulo Freire, no Habitacional Turu, desabou por causa da chuva forte. A escola havia sido reformada recentemente pelo Governo do Estado, incluída no programa intitulado “Escola Digna”.

Mês chuvoso
Segundo o setor de meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), até ontem já havia chovido cerca de 72% do previsto para todo mês na capital maranhense, o que é considerado um volume elevado para a primeira quinzena do mês.

[e-s001]Gunter de Azevedo Reschke, do Núcleo de Meteorologia da Uema, disse que essas chuvas se devem à influência do principal causador de chuva no norte do Maranhão. “Estamos sob a influência do que mais causa chuva em nossa região, que é a zona de convergência intertropical. Sob essa influência, haverá dias com chuvas mais intensas e outros com menos.
A chuva nesse horáriode 6h e 8h, se deve ao contraste térmico entre o oceano e o ocidente”, completou.

Avaliação
A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou que está com equipes nas ruas desde cedo, avaliando todos os pontos nos quais foi identificado acúmulo de água, a fim de adotar as medidas necessárias. A Semosp reiterou que continua investindo na ampliação do sistema de drenagem da cidade, com a construção de canais, galerias e redes de escoamento superficial, priorizando as áreas de inundações recorrentes.

A secretaria comunicou ainda que executa serviços preventivos de limpeza de canais e desobstrução de galerias, mas que, em muitos desses locais, costumam ser encontrados volumes excessivos de lixo, que prejudicaram o escoamento das águas durante as fortes chuvas como a registrada desde as primeiras horas da manhã de ontem,16, tendo chovido até as 9h 40mm na região da Uema, 84mm na região Itaqui-Bacanga e 86mm na do Itapiracó. A Semosp pediu a colaboração da comunidade na manutenção dos espaços públicos, evitando o descarte irregular de resíduos.

[e-s001]A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que desde cedo também estava com agentes nos principais corredores viários da cidade, a fim de garantir a fluidez no trânsito, e que equipes técnicas também foram deslocadas para identificar os pontos nos quais os semáforos apresentaram defeitos e realizar os reparos necessários.

A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) comunicou que agentes da Defesa Civil e guardas municipais estavam de prontidão para auxiliar no atendimento às demandas que surgirem na cidade em decorrência das fortes chuvas, recebidas por meio do número 153.

[e-s001]Após a chuva, população calcula os prejuízos

No Planalto Vinhais I, ruas foram interditadas pelo Corpo de Bombeiros por causa de alagamento. Em uma delas, a casa de Iraneide Cunha, a força da água que passava em uma galeria acabou derrubando o muro. A dona de casa relatou que, por volta das 7h saiu de casa com o marido e o neto, e ao voltar encontrou a residência tomada pela água. O portão da frente também foi derrubado pela enxurrada.

"Só deu tempo de sair de casa. Fui levar o meu neto e o meu marido para a escola, na Cohama. Quando eu cheguei, o portão já tinha ido embora. Entrou água na minha casa toda", contou.

A família recebeu ajuda dos vizinhos para limpar a casa e recuperar os objetos que não foram danificados pela lama. Móveis, documentos, eletrodomésticos e mantimentos foram perdidos. "O prejuízo é incalculável. Já perdi tanta coisa ainda, não sei nem quanto", lamentou Iraneide Cunha. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas até o fim da manhã não havia chegado ao local.

Na Vila Conceição, no Altos do Calhau, mais estragos foram registrados por causa das chuvas. Os moradores do bairro foram surpreendidos pela inundação. Na Rua do Bacuri, praticamente todas as casas ficaram alagadas. Móveis e eletrodomésticos foram perdidos e um morador foi arrastado pela força da água, que atingiu aproximadamente um metro de altura.

[e-s001] "Teve gente aqui que perdeu tudo", contou Alceonice Santos, moradora do bairro. Apesar de se tratar de uma área de risco, os moradores afirmam que a Defesa Civil não vistoriou o bairro durante a última Campanha de Prevenção de Riscos e Desastres.

Outros pontos de alagamentos foram registrados pela cidade. Em uma concessionária localizada na Avenida dos Holandeses, muitos carros ficaram submersos. Universidades e escolas também foram invadidas pela água e tiveram aulas canceladas. Ruas e avenidas ficaram intrafegáveis em diversos bairros.

O Estado manteve contato com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de São Luís para saber que providências estão sendo tomadas com relação aos bairros afetados pela chuva desta segunda-feira, 16, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

SAIBA MAIS

Previsão
De acordo com o Climatempo, o volume de chuva desta segunda chegou a 70mm e a precisão é de mais chuvas durante os próximos dias. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, São Luís está sob Alerta Laranja e há riscos de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Ações recomendadas
Em caso de rajadas de vento: não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.
Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

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