Corrupção

Ex-presidente sul-coreana não vai recorrer de pena de 24 anos de prisão

Park Geun-hye foi condenada recentemente pelo famoso caso da ''Rasputina'', em que sua amiga usou da proximidade ao poder para dinheiro de grandes empresas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

SEUL - A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye desistiu ontem de apelar da sentença de 24 anos de prisão imposta pela Justiça de seu país por seu papel na trama de corrupção envolvendo sua amiga Choi Soon-sil, chamada de "Rasputina" coreana, que resultou na destituição da mandatária em janeiro de 2017, informa a agência local "Yonhap".

A Yonhap diz que Park apresentou o pedido perante o Tribunal de Distrito Central de Seul, o mesmo que a condenou à prisão em 6 de abril, mas mesmo assim haverá um julgamento de apelação, pois a promotoria apresentou um recurso após ficar insatisfeita com a pena imposta.

A ex-presidente da Coreia do Sul foi condenada a quase 25 anos de prisão e uma multa de 18 bilhões de wons (cerca de R$ 55 milhões) após ser considerada culpada de 16 das 18 acusações na chamada trama da "Rasputina", entre elas a de abuso de poder, suborno e coação.

A promotoria apelou da sentença no mesmo dia da decisão, por discordar da absolvição de Park de algumas acusações.

Park não se apresentou perante a corte em outubro alegando problemas de saúde e também não compareceu no começo do mês à leitura da sentença (que pela primeira vez neste país foi televisionada), e denunciou que não foi julgada de maneira imparcial.

Tráfico de influência

A queda em desgraça da ex-presidente começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas.

O escândalo levou a Assembleia Nacional a destituir a presidente em dezembro daquele ano, o que acabou com a imunidade de Park e abriu caminho para uma investigação.

Depois que o Tribunal Constitucional confirmou o impeachment em 10 de março de 2017, a Procuradoria interrogou a ex-presidente e solicitou sua prisão, porque considerava Park uma cúmplice de Choi. A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.

Entenda o escãndalo

Park é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.

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