A esclarecer

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

O governador Flávio Dino (PCdoB) faz de tudo para dar ares de tranquilidade em meio ao turbilhão de histórias surgidas a partir da morte do médico Mariano de Castro e Silva, acusado de ser o operador de um esquema de R$ 18 milhões desviados da Saúde no governo comunista. A mídia controlada pelo Palácio dos Leões já construiu diversas versões, apresentou mil ilações e jogou ao vento tantas outras interpretações dos fatos, na tentativa de esconder o óbvio: há um corpo em meio ao discurso comunista de poder.
E à medida que o tempo avança, vão surgindo diversas outras histórias apontando quem era, o que fazia e como agia Mariano de Castro a favor do governo Flávio Dino, pagando desde negócios milionários do próprio governo até meras consultas médicas de seus secretários.
A Polícia Federal está analisando a morte de Mariano de Castro e já pediu à Polícia Civil do Piauí acesso ao computador, celular e à outra carta, encontrada próximo ao corpo, no apartamento de Teresina.
É a partir desses elementos que se construirá as hipóteses da morte; se foi um crime ou se foi suicídio. E se for este último, em que circunstâncias mentais e emocionais passadas pelo médico.
Mariano morreu na quinta-feira, 12. Até hoje, não se tem notícia de seu velório, enterro e situação dos familiares. As notícias versam todas em torno de sua morte e de seus atos no governo comunista. E a investigação da PF é que vai esclarecer, de fato, o que aconteceu. E por que aconteceu.

Delação
A carta de Mariano de Castro divulgada na imprensa era uma espécie de esboço para uma delação premiada que ele teria planejado fazer enquanto estava em Pedrinhas.
Depois que deixou o presídio e ficou em prisão domiciliar, o médico teria desistido de expor o que sabia e julgava já destruída a carta.
Foi surpreendido com a divulgação integral do seu conteúdo em blogs maranhenses.

Medo
O advogado Jorge Arturo é um personagem importante no roteiro que levou à morte do médico Mariano de Castro.
Arturo chegou a se reunir com os senadores Roberto Rocha (PSDB) e Edison Lobão (MDB), em Brasília, preocupado com os riscos que corria o médico.
Na época, ele pretendia tirá-lo de Pedrinhas porque temia por sua vida no complexo penitenciário.

Vazamento
As memórias do cárcere escritas por Mariano de Castro teriam sido influenciadas por Jorge Arturo.
O documento seria usado como roteiro em uma possível delação premiada que o médico se propôs a fazer enquanto estava em Pedrinhas.
Especula-se que pode ter partido do próprio Arturo o vazamento do conteúdo para blogs.

Peça-chave
A ex-secretária-adjunta Rosângela Curado é personagem central das histórias contadas na carta do médico Mariano de Castro.
Apontada como “verdadeira operadora do esquema”, a ex-adjunta chegou a ensaiar uma entrevista-bomba sobre o caso.
Mas recuou na hora H, filiou-se ao PEN e se mantém, hoje, na base do mesmo governo que a expulsou por corrupção.

Influências
Os ex-presidentes da Câmara Municipal Chico Carvalho e Isaias Pereirinha (ambos do PSL) são os principais mentores do atual comandante da Casa, Astro de Ogum (PR).
São os dois ex-presidentes que têm influenciado Astro a romper o acordo fechado com o pedetista Osmar Filho, ainda em 2016.
Pelo acordo, Astro comandaria a Casa por mais dois anos, abrindo agora, para Osmar assumir o seu posto.

Articuladores
O prefeito Edivaldo Júnior (PDT) age nos bastidores para fazer de Osmar Filho o novo presidente da Câmara Municipal.
E tem como principal operador das articulações o deputado federal Weverton Rocha.
Os dois têm agido tanto nos bastidores da Câmara, para garantir os votos necessários, quanto no Judiciário, para impedir ações contra a eleição.

DE OLHO

R$ 1,2 milhão é o valor que teria sido desviado por uma sorveteria no esquema que desviou R$ 18 milhões da Saúde no governo Flávio Dino

E MAIS

• Ganhou forte repercussão nacional a morte do médico Mariano de Castro, o que tirou o sono do governador Flávio Dino nos últimos dias.

• O vice-governador Carlos Brandão disputa com o líder do governo na Assembleia, Rogério Cafeteira, a indicação para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado.

• Em sua carta-denúncia, o médico Mariano de Castro cita nominalmente o próprio Flávio Dino, além dos secretários Carlos Lula e Marcelo Tavares, e o presidente da Famem, Cleomar Tema.

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