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Flávio Dino usa palanque nacional para tentar amenizar desgaste político

Governador tem utilizado redes sociais para atacar o judiciário e defender o ex-presidente Lula, numa tentativa de se reposicionar no cenário político

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Flávio Dino é governador do Maranhão pelo PCdoB
Flávio Dino é governador do Maranhão pelo PCdoB (Flávio Dino é governador)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tem tentado utilizar a bandeira de defesa do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, preso por decisão do juiz federal Sérgio Moro, para amenizar o seu desgaste junto à classe política e reposicionar-se no cenário.

Flávio Dino – que chegou a comparar Lula e Nelson Mandela -, tem atacado a Justiça e a política de direita, e deverá fazer uma visita ao ex-presidente, na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), nos próximos dias.

A informação da visita foi dada ontem pelo site Brasil 247. Segundo a publicação, além do governador do Maranhão, outros setes chefes de Executivo da Região Nordeste farão parte da comitiva em apoio ao petista. A comitiva é comandada pelo baiano Rui Costa.

Nas redes sociais, logo após a apreciação do habeas corpus impetrado pela defesa do petista no Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou definindo a possiblidade de prisão de réu no país depois de condenação em segunda instância, o comunista fez duras críticas ao Poder Judiciário.

“Teremos outras contradições. Por exemplo, a ‘flexibilização’ quanto ao significado de ‘trânsito em julgado’ valerá para a perda de cargo de juízes e promotores vitalícios ? Estes perderão o cargo na 2ª instância?”, questionou.

Ele também creditou à Justiça, o clima de instabilidade política no país.

“Esse é o principal desastre político da hora presente: ao ser tão abertamente anti-isonômico, o sistema de Justiça joga lenha na fogueira da polarização sem fim na nação”, completou.

Para Dino, o posicionamento do Judiciário promoveu desequilíbrio no país. “Uma Nação só subsiste e se desenvolve com base em uma narrativa em comum e em um pacto sobre regras do jogo aceitas por todos. Se não há isonomia nas regras e na sua interpretação, é impossível manter a governabilidade na nação”, enfatizou.

Flávio Dino também saiu em defesa de Lula e o comparou a Nelson Mandela, em publicação em rede social.

“Quanto mais tempo Lula ficar preso, mais ele vai virar símbolo no mundo inteiro. A barbárie da direita brasileira, similar a da África do Sul, está criando um novo Mandela. E eles nem percebem isso”, completou;

Desgaste – O governador Flávio Dino tem enfrentado forte desgaste político, tanto no âmbito estadual, quanto no cenário nacional.

No Maranhão, ele perdeu aliados. Um destes participou diretamente da coordenação e sua campanha em 2014.

Trata-se do ex-governador José Reinaldo Tavares. Vetado para a disputa do Senado da República com o apoio comunista, Zé Reinaldo rompeu com Dino e firmou parceria com o senador Roberto Rocha e o deputado estadual Eduardo Braide, também desafetos de Dino.

Eleito na chapa de Dino em 2014, Roberto Rocha é pré-candidato a governador pelo PSDB. Braide, que chegou a ser líder do Governo na Assembleia Legislativa, também é pré-candidato ao Executivo.

Outro aliado de Dino que rompeu aliança foi o deputado federal Waldir Maranhão. Ele buscava apoio de Dino para a sua pré-candidatura ao Senado pelo PT, mas não conseguiu. Alegou que Dino atuou nos bastidores para impedir a sua filiação no PT.

Quanto mais tempo Lula ficar preso, mais ele vai virar símbolo no mundo inteiro. A barbárie da direita brasileira, similar a da África do Sul, está criando um novo Mandela. E eles nem percebem issoFlávio Dino, governador do Maranhão
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Flávio Dino também reeditou o evento “Diálogos pelo Maranhão”, programa utilizado em 2013 e na pré-campanha de 2014. A decisão por retomar a iniciativa partiu de aliados, que analisam o cenário político para o pleito de outubro.

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