Eleições 2018

Mudanças de partido entre deputados foi de 26% na Assembleia

Dos deputados estaduais, 11 trocaram de legenda durante o período de janela partidária e entre os federais foram cinco parlamentares que mudaram de sigla

Carla Lima/Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Os deputados estaduais Andrea Murad e Sousa Neto se filiaram no PRP; ela deixou o MDB e ele saiu do PROS
Os deputados estaduais Andrea Murad e Sousa Neto se filiaram no PRP; ela deixou o MDB e ele saiu do PROS (Andrea Murad)

SÃO LUÍS - O ex-governador José Reinaldo Tavares anunciou sábado, 31, sua filiação ao PSDB. Ele vai ser candidato a senador na chapa encabeçada pelo senador Roberto Rocha. Mas a entrada de Tavares no ninho tucano, assim como todas as suas movimentações desde que deixou a base de apoio do governador Flávio Dino (PCdoB), foi marcada também por polêmica. O ex-governador vai ter dois palanques no Maranhão, o do próprio Roberto e o do deputado Eduardo Braide (PMN).

A janela partidária se fechou no último sábado, 7. No Maranhão, 16 deputados estaduais e federais trocaram de legenda para disputar as eleições deste ano. O partido que mais filiou na Assembleia Legislativa foi o Democratas com três novos membros filiados. Na Câmara Federal, o PSDB foi a legenda que mais recebeu novos filiados: dois no total.

Foram 30 dias de conversas e negociações para que fosse possível o troca-troca de partido. Garantias de conseguir ser candidato com condições de ganhar nas ruas levaram 26% dos deputados estaduais a mudar de legenda. Foram 11 no total.

Na lista dos que mudaram de partido estão Alexandre Almeida que deixou o PSD e foi para o PSDB, Andrea Murad que deixou o MDB e se filiou ao PRP, mesmo partido agora de Sousa Neto que se desfiliou do Pros, Edilázio Júnior que saiu do PV e entrou no PSD e ainda Wellington do Curso que saiu do PP e foi para o PSDB.
O DEM foi o partido que mais filiou novos membros. Comandado pelo deputado federal Juscelino Filho, a legenda no Maranhão recebeu os deputados estaduais Rogério Cafeteira, Paulo Neto e Neto Evangelista.

Isto deixou a sigla com uma das maiores bancada chegando a ser maior que a do PCdoB, que voltou a ter o maior número de deputados na Assembleia no sábado quando Carlinhos Florêncio anunciou que estava deixando o PHS e se filiado no PCdoB e deixando o partido com sete membros.

Dos deputados estaduais que trocaram de partido, três não concorrerão a reeleição. Andrea Murad e Edilázio Júnior tentarão se eleger a deputado federal e Alexandre Almeida que vai disputar uma das vagas no Senado.

Federais

Da bancada maranhense na Câmara Federal, 27% decidiram trocar de partido no período da janela. Mudaram de sigla Waldir Maranhão, que depois muito esperar para entrar no PT acabou se filiando ao principal adversário dos petista, o PSDB, mesmo partido que já tinha se filiado José Reinaldo Tavares. Victor Mendes acabou trocando o PSD pelo MDB no último dia da janela partidária. Luana Costa deixou o PSB e foi para o PSC e Alberto Filho saiu do MDB e se filiou ao PP.

Destes deputados, somente Tavares e Alberto Filho não concorrerão à reeleição. Zé Reinaldo conseguiu espaço no ninho tucano para ser candidato a senador e Alberto Filho tentará uma das 42 vagas na Assembleia Legislativa.

Deputados estaduais que trocaram de partido
Andrea Murad saiu do MDB e foi para o PRP
Alexandre Almeida saiu do PSD e foi para o PSDB
Carlinhos Florêncio saiu do PHS e foi para o PCdoB
César Pires saiu do PEN e foi para o PV
Edilázio Júnior saiu do PV e foi para o PSD
Neto Evangelista saiu do PSDB e foi para o DEM
Paulo Neto saiu do PSDC e foi para o DEM
Rogério Cafeteira saiu do PSB e foi para o DEM
Sousa Neto saiu do Pros e foi para o PRP
Wellington do Curso saiu do PP e foi para o PSDB
Sérgio Frota saiu do PSDB e foi para o PRB

Deputados federais que trocaram de partido
Luana Costa saiu do PSB e foi para o PSC
Waldir Maranhão saiu do Avante e foi para o PSDB
Zé Reinaldo Tavares estava sem partido e se filiou ao PSDB
Victor Mendes saiu do PSD e foi para o MDB
Alberto Filho saiu do MDB e foi para o PP

Mais

Pré-candidata mudou de sigla

Entre os pré-candidatos a governador, somente Maura Jorge trocou de partido. Ela deixou o Podemos para se filiar ao PSL após receber apoio do pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Eduardo Braide (PMN), Roseana Sarney (MDB), Flávio Dino (PCdoB), Roberto Rocha (PSDB) e Odívio Neto (PSOL) permaneceram em seus partidos de origem.

PSDB fez filiações no último dia da janela partidária

Com a intenção de fechar a chapa majoritária, o PSDB oficializou a entrada de mais três nomes no Maranhão. Depois de filiar Zé Reinaldo Tavares, o senador Roberto Rocha trouxe ainda para o partido Alexandre Almeida, Waldir Maranhão e o vereador estevão Aragão, que deixou o PSB para entrar no ninho tucano.

Em ato político em Timon, Roberto Rocha voltou a confirmar sua pré-candidatura ao governo do Estado e confirmou os candidatos ao Senado: Zé Reinaldo Tavares e Alexandre Almeida.

Já Waldir Maranhão parece não ter insistido na ideia de ser candidato a senador. Depois de não ser aceito no PT e também preterido pelo governador Flávio Dino (PCdoB), Maranhão decidiu entrar no projeto de Roberto Rocha.

Em nota à imprensa para anunciar sua filiação no PSDB, Maranhão falou que foi traído pelo governador comunista e afirmou que sua filiação no PT não veio por clara intervenção de Dino no processo.

“É lamentável a forma como o governador Flávio Dino usou e abusou para vetar a minha filiação ao PT. O que houve nesse processo foi uma verdadeira intervenção branca no PT para evitar a minha entrada nos quadros do partido. Logo Flávio Dino a quem confiei quando me convenceu de anular o impeachment da presidente Dilma. Agora sinto que fui usado por quem queria não a defesa da presidenta, mas o fortalecimento e engrandecimento de um ego quase doentio”, disse Maranhão.

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