Pesquisa

Quase metade dos venezuelanos pensa em não votar nas eleições

Nicolás Maduro, que tentará reeleição em 20 de maio, foi desaprovado por oito em cada 10 entrevistados. Entre os consultados, 44,3% se disseram não inclinados a votar e 49,8% não confiam em resultados críveis

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

CARACAS - Quase a metade dos venezuelanos avalia não votar nas eleições presidenciais de 20 de maio, de acordo com uma pesquisa do americano Atlantic Council divulgada ontem. O voto não é obrigatório no país.

Cerca de 44,3% dos consultados porta a porta na Venezuela se mostraram inclinados a não participar das eleições, diante dos 28% registrados em janeiro em uma pesquisa por telefone deste centro de estudos com sede em Washington.

A nova pesquisa do Centro para América Latina Adrienne Arsht do Atlantic Council mostra uma crescente desconfiança dos venezuelanos com o governo e a autoridade eleitoral.

Cerca de 49,8% consideram que os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não seriam críveis, 10 pontos percentuais a mais do que em janeiro.

Também aumentou 10 pontos percentuais a inconformidade com o governo de Nicolás Maduro, que quase 60% das pessoas veem como ditadura, ou próximo a ser.

Quase oito em cada 10 venezuelanos desaprovam a gestão de Maduro, que tentará um segundo mandato, até 2025.

Na pesquisa, mais de um terço dos entrevistados disse que votaria por um candidato da oposição. O empresário independente Lorenzo Mendoza, que não é candidato, lidera as preferências com 22,9%.

Maduro conta com 21,2% das intenções de votos, diante dos 8,3% do dissidente do chavismo Henri Falcón.

Os independentistas aparecem como o principal bloco político na Venezuela, com 43,3% de apoio (oito pontos percentuais a mais que em janeiro), diante dos 24,2% dos chavistas e dos 31,5% da oposição.

Cerca de 88,4% dos consultados acreditam que sua qualidade de vida piorou nos últimos 12 meses.

A maior preocupação é a hiperinflação, mencionada por 95% dos pesquisados, pela qual responsabilizam Maduro (55%) e o governo (29%). Como consequência, 85% disseram ter reduzido o tamanho das refeições diárias, e 75%, o número.

Três dos quatro consultados acreditam que a Venezuela necessita de ajuda internacional, entre eles mais de um terço de chavistas.

Além disso, mais de 80% acreditam que a Venezuela atravessa uma crise humanitária, incluindo quase a metade dos chavistas.

Embora Maduro se oponha a abrir um canal humanitário para ajudar a população, 74,7% dos consultados apoiam essa iniciativa. E a maioria acredita que a Igreja Católica, a comunidade internacional e as ONGs internacionais são as mais idôneas para coordenar a ajuda.

Para a pesquisa, foram consultadas em toda a Venezuela 1.000 pessoas de todas os estratos socioeconômicos entre 25 de fevereiro e 7 de março. A margem de erro é de 3,04% para mais e para menos, com uma confiabilidade de 95%.

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