Eleições 2018

Pré-candidato à Presidência da República Boulos defende candidatura de Lula

Em São Luís para apresentação de propostas de sua pré-candidatura, Guilherme Boulos disse que seu partido é contra o julgamento de Lula e faz críticas a Bolsonaro

Carla Lima/Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Guilherme Boulos veio a São Luís em pré-campanha
Guilherme Boulos veio a São Luís em pré-campanha (Boulos)

O pré-candidato à Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL), esteve ontem em São Luís para divulgação de propostas. Em entrevista coletiva, ele explicou a defesa que seu partido faz no caso do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que a esquerda no Brasil não tem como se resumir a um único projeto político.

Boulos é o primeiro pré-candidato a presidente da República a vir a São Luís. Ele esteve na capital e participou junto com sua companheira de chapa, a maranhense Sônia Guajajarás de palestras em universidades e também em plenárias na sede do PSOL.

O pré-candidato reafirmou que o PSOL é contra o julgamento que condenou o ex-presidente Lula e afirmou que a esquerda deva sentar à mesa para definir ações para “barrar o avanço da direita”.

No entanto, segundo Guilherme Boulos, isto não significa que o PSOL irá se aliar a outros partidos da esquerda como o próprio PT ou PCdoB em torno de uma única candidatura.

“A esquerda não é um projeto único. São várias as ideias, diferentes posições e diferentes pontos de visto. E isto se expressa como? Com as diversas candidaturas da área da esquerda. Temos que estar juntos para defender a democracia e barrar os ataques fascistas”, disse o pré-candidato.

Críticas – Como ocorre a cada entrevista concedida, Guilherme Boulos fez duras críticas ao pré-candidato à Presidência da República do PSL, deputado Jair Bolsonaro, que vem aparecendo em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos para o Palácio do Planalto. Segundo ele, Bolsonaro não deve ser considerado um candidato a presidente, mas sim um criminoso e que o certo seria ser preso por atos contra os direitos humanos.

“Acho importante registrar que o Bolsonaro não é um concorrente eleitoral. Bolsonaro é um criminoso. Cometeu o crime de fazer apologia à tortura dentro do Congresso Nacional, apologia ao estupro, cometeu o crime de racismo. Precisa se explica o uso do auxílio moradia que se beneficiou durante anos mesmo tendo casa. Se a justiça brasileira levasse a sério crimes contra os direitos humanos, Bolsonaro deveria estar na cadeia”, declarou.

No Maranhão o PSOL vai coligar com o PCB, outro partido da chamada ultraesquerda. A chapa majoritária já foi definida. Encabeçará a chapa Odívio Neto, que em 2014 foi candidato a vice-governador e, em 2016, foi candidato a vereador de São Luís. Para o Senado, o PSOL indica o servidor público Luiz Noleto e o PCB indicará Iego Bruno. A chapa será confirmada durante convenção do partido em julho.

Mais

A previsão é de que o próximo pré-candidato à Presidência da República a desembarcar em São Luís será Jair Bolsonaro. A data ainda está sendo definida entre a coordenação da campanha e a direção do PSL no Maranhão. A vinda de Bolsonaro a capital maranhense marcará o lançamento oficial da pré-candidatura de Maura Jorge ao governo do Maranhão. Ela se filiou ao PSL na semana passada.

Mendes diz que “autorização

virou ordem de prisão” no país

Ministro explica que posicionamento do STF é apenas uma possibilidade

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, disse nesta terça-feira, 3, que prisão em segunda instância virou "uma grande confusão". Na Universidade de Lisboa, para onde viajou antes do feriado da Páscoa, ele declarou que "na prática" a autorização da Corte, dada a partir de entendimento firmado por maioria dos ministros em 2016, "virou uma ordem de prisão". A entrevista de Gilmar foi divulgada pela Globo News.

"Nessa questão de segunda instância o meu entendimento, que acompanhei a maioria formada então, é de que nós estávamos dando uma autorização para que, a partir da segunda instância, houvesse a prisão, pudesse haver a prisão", anotou o ministro.

"Portanto, era um termo de possibilidade. Na prática, o que isso virou? Virou uma ordem de prisão com a segunda instância."

"Há uma ordem de prisão. Isso para mim é uma grande confusão que nós temos que esclarecer nesse julgamento", afirmou, em referência à sessão marcada para esta quarta-feira, 4, quando o Supremo põe em pauta pedido de habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá (SP).

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, frustrou todos os recursos do petista, inclusive embargos de declaração, sempre por unanimidade. A Corte federal mandou prender Lula, mas antes do feriado da Páscoa, o Supremo concedeu salvo-conduto ao ex-presidente, livrando-o, até esta quarta, 4, da prisão da Lava Jato.

Na hipótese de o Supremo manter seu entendimento, firmado em 2016, de que a prisão está autorizada a partir da condenação em segundo grau, Lula poderá mesmo ficar muito perto da cadeia. Neste caso, quem cumpriria a ordem de prisão é o juiz Sérgio Moro.

"Se o juiz, a partir da segunda instância, pode prender, ele tem que fundamentar, tem que dar uma causa, tem que explicar por que ele está determinando a prisão", disse Gilmar na entrevista da Globo News. "Se de fato há uma automaticidade nós já temos um outro quadro. Só aqui nós já temos uma grande confusão."

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Cálculo é de 10 mil pessoas na Esplanada

A Esplanada dos Ministérios terá seu trânsito alterado nesta quarta-feira, 4, devido a manifestações marcadas para acompanhar o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A previsão do governo do Distrito Federal é que dois grupos devem ocupar a área. Os organizadores informaram que são esperadas cerca 10 mil manifestantes de cada movimento. O bloqueio será feito a partir da Catedral de Brasília até a Alameda das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional. Ficou acordado com os organizadores que o limite de acesso dos manifestantes será a Alameda das Bandeiras e que itens como balões e bonecos infláveis não poderão entrar na área da Esplanada.

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