Socorro

ONU obtém US$ 2 bi em ajuda para Iêmen, que está em guerra

País está devastado por pela guerra que começou com uma intervenção de uma coalização liderada pela Arábia Saudita

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

GENEBRA - A Organização das Nações Unidas (ONU) obteve, ontem, mais de US$ 2 bilhões de promessas de ajuda do total dos US$ 3 bilhões pedidos para socorrer o Iêmen. O país está devastado por uma guerra que começou há mais de três anos, no dia 26 de março de 2015, segundo a France Presse.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, considerou a promessa de arrecadação um "êxito extraordinário para a solidariedade internacional com o Iêmen". "Foram anunciados mais de US$ 2 bilhões. Muitos países já anunciaram que haverá mais doações até o fim do ano", afirmou, em Genebra.

"O Iêmen vive, na atualidade, a pior crise humanitária no mundo", declarou Guterres, que explicou que, para este ano, a ONU precisa de US$ 2,960 bilhões para implementar os programas de urgência nesse país. "Nós podemos e devemos evitar que isso se transforme em uma tragédia a longo prazo".

Guterres exortou os grupos em guerra no Iêmen a firmarem um acordo de paz. Seu enviado especial, Martin Griffiths, irá aos Emirados Árabes Unidos, a Omã e a Áden, cidade iemenita controlada pelo governo, para pedir a paz, disse Guterres aos repórteres.

Griffiths já conversou com os dois lados da guerra, que atraiu potências regionais, encontrando-se com autoridades dos houthis que controlam a capital Sanaa e com o presidente iemenita reconhecido internacionalmente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, além de autoridades sauditas em Riad.

Guterres disse ter visto "perspectivas positivas" para preparar um plano de ação "que leve a um diálogo inter-iemenita eficiente e capaz de produzir uma solução política, é claro que com o envolvimento de todos aqueles que são relevantes neste conflito". "Estou otimista com esta possibilidade", acrescentou.

Intervenção da Arábia Saudita

Em 2014, os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, assumiram o controle da capital iemenita, Sanaa, e de outros setores do país. Em 26 de março, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio na tentativa de restaurar o governo do presidente iemenita Abd Rabbo Mansur Hadi, dando início ao violento confronto.

O conflito deixou quase 10 mil mortos e 53 mil feridos, incluindo muitos civis, e provocou a grande catástrofe humanitária. Outras 2 milhões de pessoas foram deslocadas.

Segundo a ONU, 8,4 milhões de pessoas estão à beira da fome no Iêmen, país onde a população depende, em grande parte, de alimentos importados.

Em 2017, a coalizão bloqueou os acessos ao país por ar, terra e mar, depois de uma tentativa de ataque de mísseis por parte dos huthis. Os artefatos foram interceptados pouco antes de atingirem Riad. O bloqueio acabou sendo suavizado, mas ainda persistem as restrições.

Últimos ataques

Na segunda-feira,26, dia em que a intervenção militar completou três anos, os rebeldes huthis dispararam sete mísseis que foram interceptados pela defensa antiaérea da Arábia Saudita. Os destroços mataram uma pessoa e deixaram dois feridos na capital saudita, Riad.

Três mísseis tinham como alvo a capital Riad, um seguia para a cidade de Jamis Mesheit, outro para Najran e dois para a localidade de Jazan, sul da Arábia Saudita, segundo comunicado do coronel Turki Al Maliki, porta-voz da coalizão.

Esta é a primeira vez desde o início da intervenção no Iêmen que a coalizão liderada por Riad informa sobre tantos disparos de mísseis em apenas um dia contra a Arábia Saudita. "É um acontecimento grave", classificou Maliki.

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