Governo

Al-Sissi é reeleito presidente do Egito

Abdel Fatah al-Sissi teve 97% dos votos - mesma porcentagem de votos que havia conseguido há quatro anos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

CAIRO - Abdel Fatah al-Sissi foi reeleito presidente do Egito com 97% dos votos, de acordo com o anúncio feito pela comissão eleitoral ontem. Em entrevista coletiva, Lachine Ibrahim, presidente da Autoridade Nacional Eleitoral, anunciou que Sissi alcançou cerca de 22 milhões de votos. A vitória de Al-Sissi na votação, que aconteceu entre segunda,26, e quarta,28, já era esperada.

"Tenho a intenção de conseguir o desenvolvimento e a estabilidade, proporcionando o mínimo necessário para uma vida de qualidade para os egípcios", disse o presidente em um discurso transmitido pela emissora estatal.

Al-Sissi teve a mesma porcentagem de votos que havia conseguido há quatro anos, embora a participação dos eleitores no pleito tenha ficado em 41%, uma taxa inferior à registrada em 2014.

O atual presidente concorreu apenas com o chefe do partido liberal Al Ghad, Musa Mostafa Musa, que já foi seu apoiador de longa data e que era visto por muitos como um candidato de fachada. Ele obteve 2,92% dos votos. Os outros prováveis candidatos foram detidos ou se retiraram da disputa, denunciando pressão das autoridades.

A votação foi marcada pela decepção dos jovens com a Primavera Árabe. Esse movimento em defesa da democracia atingiu países de maioria muçulmana e, no Egito, culminou com a queda de Hosni Mubarak.

Sissi chegou ao poder um ano depois da destituição - por parte do Exército, força da qual era comandante - do então presidente islamista Mohamed Morsi, na esteira de manifestações em massa nas ruas.

Artífice da estabilidade, segundo seus correligionários, seu governo é com frequência acusado por organizações nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos de violação das liberdades individuais e de repressão de seus opositores.

Desafios do novo mandato

Em seu segundo mandato, Sissi tem dois grandes desafios pela frente: segurança e economia. O Exército suspeita de que membros do Estado Islâmico (EI) planejem se instalar no Sinai, após as derrotas no Iraque e na Síria.

Desde 9 de fevereiro, as Forças Armadas realizam uma ampla campanha militar para "varrer" o país do terrorismo. No total, pelo menos 22 militares e mais de 100 extremistas foram mortos desde o lançamento dessa campanha no Sinai, segundo números oficiais.

A economia egípcia também não está em seu melhor momento, devido à instabilidade política e às ameaças de segurança após a revolta popular de 2011.

Em 2016, o Cairo lançou um programa drástico de reformas econômicas para a obtenção de um empréstimo de US$ 12 bilhões por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI). O montante foi aprovado em novembro desse mesmo ano.

Com a desvalorização brutal da moeda, que perdeu metade de seu valor em relação ao euro e ao dólar, e com a redução dramática dos subsídios, a população reclama da alta dos preços, o que teve um forte impacto no custo de vida das famílias mais pobres e da classe média.

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