Lava Jato

Ministro Barroso determina soltura de aliados de Temer presos na operação Skala

Ganharam a liberdade o advogado José Yunes e o coronel reformado da PM João Baptista Lima Filho, a pedido do próprio Ministério Público, que considerou já cumpridos os efeitos da prisão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
José Yunes foi solto na noite de sábado
José Yunes foi solto na noite de sábado (José Yunes)

Nove presos na Operação Skala foram soltos sábado (31), após decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso. Entre eles estavam dois amigos do presidente Michel Temer, o advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República, e João Baptista Lima Filho, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo.

Eles estavam presos desde quinta-feira (29) na sede da Polícia Federal em São Paulo, de onde saíram por volta das 23h50 de sábado. A empresária Celina Torrealba, uma das donas do Grupo Libra, que estava presa no Rio de Janeiro, deixou a cadeia de Benfica durante a madrugada.

Os presos em São Paulo deixaram de fazer o exame de corpo de delito para serem liberados mais rápido. Wagner Rossi, ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente da estatal Codesp, pai do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), que também estava preso, foi o único a falar com a imprensa, reforçando que o caso investigado "não tinha nada a ver" com ele. "Eu agradeço pela presteza com que o ministro Barroso liberou a todos nós", disse o ex-ministro.

O ministro do Supremo Luís Roberto Barroso revogou na noite deste sábado (31) as prisões da Operação Skala e determinou a imediata soltura dos alvos da investigação. Mais cedo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha solicitado a revogação das prisões de três aliados do presidente Michel Temer. Conforme nota oficial, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ao Supremo que "as medidas cumpriram o objetivo geral".

As prisões temporárias expirariam nesta segunda-feira (2) e poderiam ser renovadas por mais cinco dias. O Ministério Público Federal havia solicitado as prisões, autorizadas pelo relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso, embora a Polícia Federal tivesse requerido conduções coercitivas. Também foram cumpridas ações de busca e apreensão de documentos. Segundo a PGR, três pessoas que estavam fora do País não tiveram os mandados de prisão executados, mas estavam "dispostas a se apresentar à autoridade policial tão logo" retornassem.

A pedido de advogados de defesa, Barroso já havia indicado, em decisão sexta-feira, que poderia revogar as prisões. Ele também disse que as defesas teriam acesso ao inquérito quando as diligências sigilosas fossem encerradas. "Quanto aos pedidos de revogação das prisões temporárias, serão apreciados tão logo tenha sido concluída a tomada de depoimentos pelo delegado encarregado e pelos procuradores da República designados, ouvida a senhora procuradora-geral da República", escreveu na ocasião.

Na sexta-feira, o presidente Michel Temer se disse vítima de uma "trama" e que tentam impedir sua candidatura à reeleição. Sem citar Dodge nem Barroso, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República criticou as prisões. "Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa", diz o texto.

Presidente reúne ministros

para discutir mudaças

O presidente Michel Temer deu início na tarde de domingo, 1, a uma reunião com ministros para discutir mudanças em sua equipe. Participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Secretaria Geral, Moreira Franco, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, além do líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (MDB-RR).

A reunião deve sacramentar a ida de Oliveira para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e definir seu sucessor no Ministério do Planejamento.

A tendência é que ele seja substituído pelo secretário-executivo da Pasta, Esteves Conalgo Júnior, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tenta emplacar o secretário de Acompanhamento Fiscal da Fazenda, Mansueto Almeida, para o cargo.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Oliveira defende a permanência de Conalgo e, nas conversas com Temer, o atual ministro do Planejamento, que, em um primeiro momento não queria aceitar a presidência do BNDES, explicou que a permanência do secretário-executivo à frente do ministério dará sentido de continuidade aos trabalhos, já que ele conhece bem o funcionamento da pasta e é funcionário público há mais de 20 anos.

O governo tem até o dia 7 de abril para efetivar as mudanças relacionadas às eleições de outubro

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