Mercado exterior

Indústria responde por 71,6% das exportações do Maranhão

De acordo com estudo da Fiema, o estado exporta produtos para mais de 30 países no mundo, sendo o setor metalúrgico o mais representativo na atividade de comércio exterior, com participação de 60,2% do total exportado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Celulose produzida no Maranhão pela fábrica da Suzano Papel e Celulose no município de Imperatriz tem como destino o mercado externo
Celulose produzida no Maranhão pela fábrica da Suzano Papel e Celulose no município de Imperatriz tem como destino o mercado externo (industria)

De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), o estado é o 10º colocado em exportações industriais no país. Do total de produtos que saem pelo território maranhense com destino ao mercado exterior, a indústria é responsável por 71,6% das exportações, sendo o setor metalúrgico o mais representativo, com 60,20% do total exportado em 2017.
Segundo a Fiema, os produtos manufaturados representam 41,5% do total das exportações. A pesquisa ainda revelou que a participação do Maranhão alcançou 1,52% de participação na corrente de comércio do Brasil. Esses dados positivos são, por incrível que pareça, resultado da crise, pois com a dificuldade no mercado interno, muitos empresários passaram a ver “bons olhos” a possibilidade de investir no comércio exterior.
Poucos sabem, mas o Maranhão exporta produtos para mais de 30 países no mundo, dentre os quais, muitos com a economia pujante, como a Espanha, China, Índia, Suécia, Japão e Marrocos. Na lista de exportados estão produtos de variados setores, como ferro fundido bruto, semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, óxido e hidróxido de alumínio, obras de couro, pasta química de madeira (celulose), madeira perfilada, carnes bovinas congeladas, soja, milho, óleo de coco de babaçu, óleo de soja e algodão.
De acordo com dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), as empresas maranhenses exportaram em 2017, cerca de US$ 3,03 bilhões, o que representou um crescimento de 37,2% em relação ao ano anterior, e correspondeu a 1.39% das exportações brasileiras.
Nesse período, as cidades que mais exportaram no estado, foram São Luís (43,29%), Imperatriz (18,30%) e Balsas (13,91%). Os principais destinos das exportações maranhenses foram o Canadá (22% - US$ 685 milhões), a China (21,28% - US$ 645 milhões), os Estados Unidos (15,88% - US$ 482 milhões) e Espanha (5,54% - US$ 168 milhões).

Celulose
Com o início das operações de exportação de pasta química de madeira (celulose), em meados de 2014 pela Suzano, as exportações maranhenses passaram a possuir maior presença nas exportações brasileiras. De acordo com a empresa, 98% da produção da Unidade Imperatriz é voltada para o mercado externo, sendo que a capacidade de produção atual é de 1,65 milhão de toneladas por ano.
A Unidade Imperatriz está estrategicamente localizada para a distribuição da celulose aos mercados internacionais, em especial o europeu e o norte-americano. Para escoar a celulose produzida, a unidade tem à disposição a logística inbound, baseada em rodovias já existentes, e a logística outbound, que utiliza ferrovias locais, sem necessidade de transbordo de carga.
A Suzano inclusive construiu um ramal ferroviário com 28 km que vai de dentro da fábrica até a ferrovia Norte–Sul, de onde a carga percorre mais 100 quilômetros até a Ferrovia Carajás, totalizando 630 km de trecho ferroviário até o porto de Itaqui. Devido à posição estratégica do Porto do Itaqui, as viagens para esses mercados foram reduzidas em até quatro dias.
“A Suzano Papel e Celulose mantém um conjunto de investimentos em curso no estado, além de diversos projetos socioambientais. Após a aquisição da Facepa (Fábrica de Papel da Amazônia S.A.), maior produtora de papel do segmento tissue (papéis sanitários) das regiões Norte e Nordeste do Brasil, operação avaliada em R$ 310 milhões, ampliará a presença da Suzano Papel e Celulose no mercado de produtos de consumo”, destacou o Gerente de Relações e Gestão Legal da Suzano Papel e Celulose, Flávio Moura Fé Lima.

Mais

Processo começou em 2011

A participação de produtos industrializados nas exportações maranhenses tem seguido uma tendência positiva de crescimento em relação às exportações de produtos básicos na pauta exportadora. Essa diversificação na balança comercial é termômetro do processo de industrialização que vem vivendo o Maranhão com novos investimentos, ampliação de parques industriais e reflete desde 2011 um processo de inversão das nossas pautas comerciais entre produtos básicos e industrializados, chegando a representar 28,21% e 71,63%, respectivamente, nas exportações maranhenses no ano de 2017.

Empresa de Governador Edison Lobão é exportadora

A empresa de mastigáveis pet Upper Dog, situada no município de Governador Edison Lobão, exporta seus produtos (mastigáveis de raspas de couro e de subprodutos bovinos) para os Estados Unidos, México e Canadá. Em 2017, a empresa exportou aproximadamente US$ 4 milhões.
A empresa iniciou suas operações com exportação. “Nossa empresa produzia basicamente para uma empresa exportadora sediada no Sul do Brasil. Em um dado momento, esta exportadora diminuiu suas compras da Upper Dog. Mesmo perdendo mercado, vislumbramos a exportação direta para América do Norte como saída para a redução drástica de faturamento. Buscamos um agente de vendas para este mercado. Logo depois, já estava exportando e crescendo os negócios, vindo a adquirir a planta de Governador Edison Lobão, para que pudesse atender as exigências de volume e qualidade que os importadores exigiam”, destacou o empresário Marcelo Barbosa.
Ele participou nos últimos dias da maior feira atacadista Pet Mundial, a Global PET EXPO, em Orlando, nos Estados Unidos e ressaltou que a projeção de faturamento na exportação para 2018 é de US$ 8,5 milhões, principalmente em virtude de novos clientes e o aumento do preço em dólar do mix de produtos.
Recente estudo desenvolvido este ano pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), confirmou o crescimento no volume de produtos maranhenses exportados e uma redução no volume de produtos importados nos anos de 2014 a 2016.

Importações
Já no ano de 2017, as importações totalizaram US$ 2,56 bilhões, um crescimento de 21,7% em relação ao total importado no ano de 2016. “As importações maranhenses vêm apresentando recuo em seu volume transacionado nos últimos três anos seguidos e a tendência é de baixa nos próximos anos. Uma análise histórica na evolução do saldo da balança comercial do Maranhão desde 2010 permite observarmos que até 2014 havia tendência de retração e que o volume de importações equiparou-se ao volume exportado apenas em 2015, quando o setor industrial brasileiro esteve operando no nível mais baixo desde 2005, segundo dados do IBGE”, destacou o economista e coordenador de ações estratégicas da Fiema, José Henrique Polary.
No comparativo com as exportações e importações brasileiras, o estudo revelou que o fluxo de comércio do Maranhão obteve maiores percentuais de variação de crescimento do que os volumes transacionados em todo o Brasil, alcançando nas exportações maranhenses um acréscimo de 37,22% em relação ao ano de 2016, enquanto o país inteiro apresentou crescimento de apenas 17,55% em seu volume de negócios com destino o exterior no mesmo período.

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