Carga

Thiago Bardal vai depor na Seccor sobre carga sumida

Ex-superintendente da Seic é acusado de ter cobrado propina para liberar mercadoria apreendida; pagamento não foi feito e a carga de cigarro desapareceu

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Thiago Bardal é acusado de desviar carga de cigarros apreendida
Thiago Bardal é acusado de desviar carga de cigarros apreendida (Bardal)

SÃO LUÍS - O ex-superintendente estadual de Investigações Criminais (Seic), delegado Thiago Bardal, deve ser ouvido mais uma nesta quarta-feira, 28, pela equipe da Superintendência Estadual de Combate a Corrupção (Seccor). O delegado, desta vez, está sendo acusado de ter dado sumiço a uma carga de cigarro apreendida pela Seic em agosto do ano passado, na Cidade Operária e que ainda teria tentado extorquir do proprietário dessa carga, nome não revelado, a quantia de R$ 150 mil.

Ainda segundo a polícia, essa denúncia em desfavor ao delegado foi feita por um empresário do bairro da Cidade Operária, durante depoimento na sede da Seccor, no bairro do São Francisco. De acordo com a denúncia, os policiais haviam apreendido 150 caixas de cigarro no estabelecimento comercial desse empresário. A carga foi levada para sede da Seic, no Bairro de Fátima.

No local, Thiago Bardal havia pedido ao comerciante R$ 150 mil para liberar o produto apreendido, mas como o pagamento não foi efetuado, as caixas de cigarro acabaram desaparecendo da sede da Seic.

O delegado foi chamado para depor na Seccor sobre esse fato na última segunda-feira, mas acabou não ocorrendo, segundo a polícia, devido ter sido impedido pelos representantes da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol) do Maranhão. Eles não teriam deixado o delegado sair da cela onde está preso desde o dia 2 de março deste ano, acusado de ser um dos líderes de uma organização criminosa especializada em contrabando de mercadorias.

A polícia informou, também, que Thiago Bardal deve ser ouvido por uma equipe de delegados da Seccor, que é coordenada pelo delegado Roberto Wagner, e, logo depois retornará à cela do presídio destinado aos policiais civis, na Cidade Operária.

A direção da Adepol ainda ontem divulgou nota de repúdio, informando que alguns representantes da categoria estavam fazendo uma visita ao delegado Thiago Bardal, na tarde de segunda-feira, 26, quando chegaram três investigadores da Polícia Civil com um documento relatando que Bardal deveria prestar depoimento na Seccor, mas que não era obrigado. Bardal declarou que compareceria à superintendência, logo que o seu advogado fosse regulamente intimado.

Organização Criminosa

De acordo com as informações da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), um cerco realizado pela Polícia Militar na madrugada do dia 22 de fevereiro, conseguiu desarticular essa organização criminosa, que tem como um dos líderes Thiago Bardal. Ainda nesse dia, uma parte desse bando foi presa em um sítio no povoado Arraial, no bairro do Quebra-Pote, zona rural de São Luís. Os policiais apreenderam armamento, munição, veículo e carga contrabandeada no valor acima de R$ 100 mil.

Dezesseis pessoas foram presos e entre eles o advogado Ricardo Jefferson Muniz Belo; delegado Thiago Bardal; o ex-comandante do 21º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Antônio Eriverton Nunes de Araújo; o major Luciano Fábio Farias Rangel; o soldado da Polícia Militar Patrick Sérgio Moraes Martins; o coronel Reinaldo Elias Francalanci; o ex-vice prefeito de São Mateus, Rogério Sousa Garcia; o tenente Haroldo João Padilha Martins; o sargento Joaquim Pereira de Carvalho Filho; o sargento Jonilson Amorim, o soldado Fernando Paiva Moraes Júnior; o soldado Paulo Ricardo Carneiro Nascimento e os civis, José Carlos Gonçalves, Éder Carvalho Pereira, Edmilson Silva Macedo e Rodrigo Santana Mendes.

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