Eleições 2018

Meireles deixará Fazenda e deve ser vice de Temer em chapa pura do MDB

Ministro se desincompatibilizará do cargo em 2 de abril e trocará o PSD pelo MDB; presidente ganha tempo para definir candidatura, o que pode ser feito até 5 de agosto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Michel Temer e Henrique Meireles podem formar chapa no MDB
Michel Temer e Henrique Meireles podem formar chapa no MDB (Michel Temer)

O ministro da Fazenda Henrique Meirelles deixará o governo no próximo dia 2 de abril para entrar na corrida eleitoral. A informação foi confirmada ontem pelo presidente Michel Temer em entrevista coletiva.“Acertamos nesses últimos dias. No final de semana, consideramos a hipótese de sua saída”, disse Temer. Pode parecer cedo para bater o martelo, mas tudo indica que Meirelles concordou em ser vice na chapa puro sangue do MDB que buscará a reeleição de Michel Temer. Perguntado, Temer respondeu de forma cifrada: “O futuro vai dizer”.

Meirelles, como ministro, tinha de se desincompatibilizar até o dia 6 de abril, mas Temer pode fazer a campanha no exercício da presidência. E tem prazo maior para confirmar a candidatura à reeleição, na convenção de seu partido, o MDB, entre 20 de julho e 5 de agosto. Desde que passou a emitir sinais de que não descarta a tentativa de recondução, Temer tem mantido várias conversas com Henrique Meirelles, com o objetivo de convencer o ministro sobre a composição ideal da chapa. Ao se filiar ao MDB, Meirelles obviamente concordou em dar passagem aos anseios de Temer. Seu chefe tem a prioridade. É o incumbente, na expressão tradicional da política.

No MDB, todos os planos hoje são de investir na reeleição de Temer. À frente do projeto palaciano, estão o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e o marqueteiro do Planalto, Elsinho Mouco.

Os dois começaram a trabalhar pelo nome do chefe, antes mesmo de Temer se animar com o projeto. Agora, o próprio Temer se pôs no comando das ações. No fim de semana, disse em entrevista à revista IstoÉ, que será “uma covardia” não disputar a eleição de outubro. A Meirelles, portanto, só resta se contentar com o banco de reservas. Conformou-se e é candidato a vice. A não ser que o titular sofra algum imprevisto no meio da disputa.

Pessoas próximas a Meirelles garantem que o ministro da Fazenda tem boas condições de atrair votos para a chapa oficial. “Hoje, as conquistas na área econômicas estão mais associadas ao ministro da Fazenda do que ao próprio presidente. Assim, Meirelles até decolaria mais facilmente do que Temer”, diz uma fonte. Decolaria, mas agora teve as asas cortadas. Ao ter as portas fechadas no PSD do ministro Gilberto Kassab, só restou ao ministro da Fazenda a alternativa de se filiar ao MDB, feudo histórico de Temer.

Com isso assumiu o risco de limitar seus sonhos presidenciais ao cargo de vice. Já Temer, que tem levado Meirelles em suas viagens pelo Brasil, trabalhará para associar a melhora na área econômica ao seu próprio legado. Ele ainda conta, apesar de tudo, com futuras repercussões positivas da intervenção no Rio de Janeiro. Por último, pretende sair o menos chamuscado possível das investigações da Lava Jato, que tem atingido nomes de proa de seu partido.

Meirelles viu frustrado seu desejo de ser presidente do Brasil, mesmo sabendo que custaria a avançar na preferência popular. O ministro da Fazenda ainda não tornou pública a decisão de seguir para o partido de Temer, mas a filiação é certa. Meirelles teria até o dia 7 de abril para deixar o cargo, mas sai no próximo dia 2. “Eu e o ministro Meirelles consideramos as várias hipóteses no final de semana, não havia ainda exatamente uma decisão”, explicou Temer, em entrevista ontem à noite.

Com a saída de Meirelles , deverá assumir a Fazenda o atual secretário executivo, Eduardo Guardia. Meirelles também indicou o nome do secretário de acompanhamento Fiscal, Mansueto Almeida. Mas segundo um alto funcionário da Fazenda, há o entendimento entre os três – Meirelles, Guardia e o próprio Mansueto – de que Guardia seria o melhor nome.

Mais

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, voltou a denunciar o senador Aécio Neves (PSDB) por corrupção e obstrução de justiça, no processo que havia sido iniciado pelo ex-procurador Rodrigo Janot. Nesta terça-feira, 27, Dodge apresentou réplica aos argumentos da defesa do parlamentar e reiterou o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que receba integralmente a denúncia contra ele. Na peça, são acusados também a irmã de Aécio, Andréa Neves da Cunha, o primo Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrela (MDB/MG), Mendherson Souza Lima.

Lula volta a alegar inocência

no caso do triplex de Guaruja

Ex-presidente se declara indignado com o processo e voltou a apelar para instâncias superiores

Durante passagem por Quedas do Iguaçu (PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu último recurso na segunda instância negado ontem, alegou mais uma vez sua inocência no processo da Lava Jato. "Ou eu estou louco ou quem me condenou está louco", disse Lula, ao falar sobre sua condenação, conforme vídeo transmitido pelo PT nas redes sociais

Ele afirmou que está "indignado" com o processo e voltou a apelar para instâncias superiores. "A minha inocência eu já provei, eu quero que eles provem a minha culpa e a única coisa que eu peço é que numa instância superior eles julguem o mérito do processo", disse.

O pedido de habeas corpus preventivo do petista será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo dia 4. Até lá, Lula não poderá ser preso, conforme liminar concedida pela corte na semana passada. O petista repetiu que quem o condena está com medo de ele ser eleito no primeiro turno das eleições deste ano

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