Lobão estrategista

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

O senador Edison Lobão (MDB) tentou, dia desses, convencer o também senador Roberto Rocha (PSDB) a abrir mão de sua candidatura ao Governo do Estado. A princípio estranha, do ponto de vista da disputa pelo governo, a tese faz sentido quando analisada pela visão de um candidato a senador. Com menos gente na disputa pelas duas vagas, fica mais fácil a eleição à Câmara Alta.
Pela tese de Lobão, sem Rocha na disputa pelo governo, haveria duas candidaturas a menos de senador, o que facilitaria a vida dos que iriam efetivamente para a disputa.
Roberto Rocha não apenas descartou a proposta do colega senador, como já articula sua chapa de candidatos ao Senado, com o deputado federal e ex-governador José Reinaldo (ainda sem partido) e o deputado estadual Alexandre Almeida (ainda no PSD).
Assim, o desejo de Lobão acaba atendido, ainda que de forma transversa, já que a ida de José Reinaldo para a chapa de Roberto Rocha compromete uma candidatura do também deputado estadual Eduardo Braide. E nesse caso seriam dois candidatos a menos na disputa pelo Senado. Exatamente como quer o atual senador maranhense.

Isolado
Promissora do ponto de vista eleitoral, a candidatura do deputado Eduardo Braide está fragilizada do ponto de vista político.
Isolado em seu minúsculo PMN, o parlamentar não conseguiu viabilizar nenhum partido que pudesse somar ao seu palanque.
E agora ainda vê o ex-governador José Reinaldo caminhar para outro palanque, em busca de salvar a própria pele.

Erro político
O iminente fracasso da candidatura de Braide é resultado direto de uma prática perigosa do ponto de vista partidário.
Nos últimos anos, lideranças políticas promissoras acabam por controlar pequenos partidos, apenas com a perspectiva de eleger a si mesmo nas eleições proporcionais.
Ocorre que esses pequenos partidos não dão cacife para voos mais altos, deixando as lideranças sem perspectiva.

Inimigos íntimos
A eventual entrada de José Reinaldo Tavares no PSDB de Roberto Rocha deve repetir a história vivida pelo próprio Rocha e pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em 2014.
O ex-governador e o atual senador não se bicam, mas terão que manter uma aparência de aliança para a disputa de outubro.
O caminho mais provável, no entanto, é um iminente racha, assim como ocorreu depois de 2015 entre o tucano e o comunista.

Sem controle
Assim como Eduardo Braide, o deputado Alexandre Almeida é outra jovem liderança política que se mostra sem perspectiva nesta pré-campanha.
Forte liderança no leste maranhense e na Região dos Cocais, Almeida não tem o controle do próprio partido, o PSD, o que o torna dependente da vontade de terceiros.
Até porque o presidente do partido, suplente de deputado Cláudio Trinchão, já declarou que o PSD vai estar no palanque da ex-governadora Roseana Sarney (MDB).

Às escondidas
O governador Flávio Dino tem usado os próprios aliados petistas para impedir a filiação do deputado federal Waldir Maranhão ao PT.
É o troco que Dino pretende dar ao aliado por tudo o que ele fez na Câmara Federal em nome de uma aliança que esperava ser honrada pelo comunista.
Mas para inviabilizar Waldir, Dino se esconde por trás dos petistas que ele controla, como o presidente estadual Augusto Lobato e o municipal Honorato Fernandes.

Na Câmara
O vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB) deixará o comando da Agência Metropolitana no dia 2 de abril.
E retornará à Câmara Municipal já na condição de pré-candidato a deputado federal, em substituição ao pai, Pedro Fernandes.
A partir de então, o parlamentar passará a ter agenda de candidato, com reuniões e viagens semanais ao interior.

DE OLHO

R$ 900 mil FOI O TOTAL repassado pelo governo Flávio Dino
à Federação Maranhense de Futebol, que só repassou aos clubes algo em torno de R$ 300 mil.

E MAIS

• O deputado Neto Evangelista retornará à Assembleia Legislativa a partir do dia 2 de abril, o que tira novamente o polêmico suplente Fernando Furtado do plenário.

• Sem poder contar com um nome do DEM na vice, Flávio Dino já trabalha com a perspectiva de ter um membro do próprio PCdoB na chapa.

• O sinal analógico de TV será desligado hoje em São Luís, precisamente às 23h59. Ao todo, 10 cidades maranhenses passam definitivamente a receber apenas o sinal digital.

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