Protesto

BR-135: protesto por melhorias em bairro termina em violência

Falta de asfaltamento adequado em diversas ruas do bairro tem deixado revoltados moradores e estudantes do IFMA, cuja instituição funciona no bairro; buracos e lama causam transtornos; PRF recebeu manifestantes com spray de pimenta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

Alunos do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e moradores da Vila Esperança interditaram, na manhã de ontem, por volta das 6h, um trecho da BR-135, reivindicando obras de infraestrutura nas ruas da Vila Esperança.

A falta de asfaltamento adequado em diversas ruas do bairro tem deixado revoltados moradores e estudantes, cuja instituição funciona dentro do bairro. Segundo eles, há quase dois anos os trabalhos de pavimentação das vias que dão acesso ao bairro foi prometido, mas, até agora, nada foi feito. Os buracos, que ocupam a maior parte das ruas, causam diversos prejuízos aos condutores de automóveis, principalmente aos que trafegam com mais frequência, como coletivos e veículos de moradores.

Segundo estes, quando chove a situação no bairro fica ainda mais difícil, pois a água fica empoçada na frente das casas, os carros que passam jogam lama nas paredes das residências, trazendo insatisfação aos moradores.

Eles contam ainda que os motoristas de ônibus, por vezes, não querem entrar no bairro devido à grande quantidade de buracos existentes, obrigando assim estudantes, moradores e professores do IFMA a andarem quilômetros a pé, o que coloca em risco sua segurança.

Todos os que precisam ter acesso ao bairro relatam que a insegurança no local é grande e que assaltos ocorrem diariamente, dentro e fora dos coletivos. “Nós, estudantes, queremos mais segurança, não só para nós, mas, para todos aqui dessa comunidade. Sempre sofremos com assaltos aqui e ninguém faz nada, estamos cansados. Isso é uma falta de respeito”, destacou a estudante Akila Serejo.

Saúde e transporte
Moradores da Vila Esperança contam que no posto de saúde do bairro nada funciona: não há médicos, nem medicamentos, tampouco atendimento adequado para a comunidade. Assim como saúde, a comunidade é também carente de transporte público de qualidade.

“Os piores e mais velhos ônibus são colocados aqui. São ônibus sem condições de fazer viagens e isso coloca em risco a nossa vida, já que precisamos deles todos os dias. Vários bairros receberam ônibus novos, menos a Vila Esperança”, relatou Akila Serejo.

Violência
Durante o protesto, manifestantes aguardavam uma reposta da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp). Porém, já cansados de esperar os manifestantes resolveram fechar um lado da BR-135, e com faixas e apitos, gritavam palavras de ordem como “O povo, unido, jamais será vencido”.

Pegos de surpresa pela Polícia Rodoviária Federal(PRF) com spray de pimenta e armamento, os manifestantes recuaram. Uma manifestação que começou pacífica, na qual uma comunidade lutava por seus direitos, terminou em um cenário de guerra.

“Não havia motivo para atirarem spray de pimenta em pessoas de bem, que apenas estão lutando por seus direitos, cobrando o que não é feito. Aqui temos estudantes, professores, pais e mães de família, que apenas querem o melhor para si e isso não está sendo respeitado”, relatou o professor do IFMA Jean Magno.

Diálogo
Sobre as obras na Vila Esperança Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou, em nota, que está em constante diálogo com a comunidade do bairro, tratando das demandas existentes, tendo inclusive havido uma reunião na última terça-feira, 20.

A Semosp ressaltou que já iniciou os trabalhos de melhorias na Avenida dos Sabiás, principal corredor viário da Vila Esperança. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que acionará o consórcio responsável pelo transporte público da região, a fim de que sejam adotadas as medidas necessárias para solucionar os problemas existentes.

Manifestação na BR-135

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