Desvalorização

Preço de placas de táxis tem queda de 78% em São Luís

Sindicato da categoria alega que surgimento de aplicativos que facilitam transporte de passageiros é o maior causador da desvalorização das placas de táxi; placas que eram vendidas por até R$ 50 mil são oferecidas por até R$ 9 mil

NATÁLIA REIS/ O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

Comercializadas a preço de banana, as placas de táxis em São Luís tiveram, do ano passado até os primeiros três meses de 2018, uma queda de aproximadamente 78%. Há cerca de dois anos, os preços das placas chegavam a até R$ 50 mil, depois de muita negociação. Porém, nos últimos meses, a tendência é sempre de queda, e há placas oferecidas até por R$ 9 mil.

Segundo Renato Medeiros, presidente do Sindicato dos Taxistas, a desvalorização das placas de trânsito ocorreu a partir do surgimento de diversos aplicativos que facilitam o transporte de passageiros, como, por exemplo, Uber, 99, entre outros.
Ele destacou ainda que o número de trabalhadores em 2017 também sofreu queda. Dos 2.308 taxistas cadastrados na entidade, apenas 1.300 renovaram a documentação para dar continuidade ao trabalho de taxista.

E a queda não foi apenas no preço da placa e no número de trabalhadores, o lucro do sindicato também caiu cerca de 80%, o que deixa a categoria preocupada com a situação. “Cada dia mais os carros estão sendo devolvidos e ficando amontoados na garagem. Se continuar assim, corre o risco de perdermos ainda mais trabalhadores”, destacou o presidente do Sindicato dos Taxistas.

Problemas
Insatisfeitos com a situação, os taxistas reclamam de poucas viagens. Muitos relatam que nenhuma corrida é feita durante todo o dia e às vezes, por sorte, fazem apenas uma. “Eu fico o dia inteiro na rua e há dias em que não aparece nenhuma viagem. Fico preocupado, porque tenho que levar comida para minha casa. Tem dias em que não sei o que fazer”, destacou César Roberto Pinheiro, que trabalha há mais de 10 anos como taxista.

Os motoristas acrescentam ainda que o advento dos aplicativos tem dificultado ainda mais o trabalho deles, porque alegam a falta de controle no número de pessoas cadastradas para realizar o trabalho, deixando assim um cenário desproporcional aos taxistas. “Não sou contra o trabalho que realizam, até porque todos precisam trabalhar, mas a falta de controle no número de Ubers nos deixa sem saber o que fazer para garantir algum lucro”, relatou o taxista Lincoln Veiras Branges.

Adaptação
Para garantir o pão de cada dia, os trabalhadores têm aceitado valores mais baixos ao realizarem as corridas, visto que muitas vezes nem utilizam mais o taxímetro. “Nós pagamos caríssimo por um objeto desse e não usamos, porque o cliente não aceita mais o preço que aparece no taxímetro. As corridas estão ficando cada vez mais baratas. “Precisamos aceitar, porque senão ficamos sem lucro algum”, acrescentou Lincoln Veiras Branges.

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