Gosto pessoal

Um hobby de gerações: como surgiu o álbum de figurinhas

Enquanto algumas pessoas completam seus álbuns e, em seguida, jogam fora, outros se apegam de tal maneira, que guardam como se fossem peças valiosas; brincadeira de criança, que atrai pessoas de todas as idades

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Álbum de figurinhas é paixão de muitas  pessoas
Álbum de figurinhas é paixão de muitas pessoas (album)

Quem nunca ouviu a seguinte frase nas redes sociais: “A pessoa que nunca colecionou álbum na vida não teve infância”? É por aí mesmo! Um hábito antigo e que, periodicamente (em especial na Copa do Mundo), volta à tona de maneira mais forte, o álbum de figurinhas remonta aos melhores períodos da vida de muita gente, quando as pessoas se reuniam nas ruas, sentadas nas calçadas, e trocavam “cards” livremente.

Enquanto algumas pessoas completam seus álbuns e, em seguida, jogam fora, outros se apegam de tal maneira que os guardam como se fossem peças valiosas. E são mesmo, já que álbuns antigos são oferecidos atualmente em sites de compra e venda, por preços nada acessíveis. Na onda dos álbuns e para facilitar o acesso ao item, O Estado lança neste fim de semana o álbum de figurinhas oficial da Copa do Mundo da FIFA Rússia 2018. Além do álbum, o leitor também receberá seis cromos.
Para entender o porquê da importância do álbum para várias gerações, é necessário entender como o item chegou ao Brasil. E faz tempo...

História
No mundo, o hábito de álbuns de figurinhas começou por volta de 1870, como uma espécie de estratégia de mercado de várias empresas, em especial na Europa, que tentavam se consolidar na venda de diferentes produtos. No Brasil, há várias versões distintas para a chegada dos primeiros álbuns, mas a mais próxima do real é a que defende que o primeiro álbum de figurinhas do território nacional começou a circular no início dos anos 1900.

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Segundo historiadores, tratava-se de uma publicação de uma tabacaria. O álbum não era dos maiores e completava-se com apenas 60 figurinhas, que remetiam às bandeiras de vários países.
Anos mais tarde, surgiram versões mais complexas, como os famosos álbuns, cujas figurinhas eram adquiridas com a compra de balas e gomas de mascar. Na década de 1930, por exemplo, indústrias produtoras da delícia, que encanta crianças e adultos, ofereciam prêmios para quem, por exemplo, completasse determinada página do álbum.

Essa lógica era, até o início da década de 1990, comum em determinados bairros, apesar de determinadas “perseguições” políticas, como a do ex-presidente Jânio Quadros, que, segundo o pesquisador paulista Paulo Cézar Goulart (um dos pioneiros no registro de álbuns e de figurinhas no país), proibiu a produção do que ele chamou de “figurinhas associadas à distribuição de brindes”, em 1961.

Mas a consolidação do mercado de álbuns no Brasil se deu a partir do início da década de 1960, com a fixação no país de marcas europeias, em especial do mercado italiano, que trouxeram exemplares repaginados, coloridos e com qualidade na impressão do papel.

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