Investigação

PF abre inquérito para apurar origem de munição que matou Marielle

Vereadora foi assassinada quarta-feira à noite com o motorista Anderson Pedro Gomes; perícia da Divisão de Homicídios indica que o lote da munição UZZ-18 é original e foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
A vereadora Marielle Franco foi assassinada na noite de quarta-feira após participar de evento
A vereadora Marielle Franco foi assassinada na noite de quarta-feira após participar de evento (A vereadora Marielle Franco foi assassinada na noite de quarta-feira após participar de evento)

RIO - A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local onde a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Pedro Gomes foram assassinados.

A informação foi divulgada na sexta-feira, 16, em nota conjunta das polícias Federal e Civil do Rio de Janeiro, logo depois que a Rede Globo veiculou reportagem na qual afirma que a munição usada no crime era de uma pistola calibre 9mm que pertencia a lotes vendidos para a Polícia Federal (PF) de Brasília, em 2006.

Segundo a reportagem da TV, perícia da Divisão de Homicídios indica que o lote da munição UZZ-18 é original e, sendo assim, não teria sido recarregada. A reportagem também diz que os lotes foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822.

A nota conjunta das polícias informa que o inquérito da PF se soma à investigação conduzida pela Polícia Civil. As duas corporações reiteraram “o compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro”.

A vereadora do PSOL Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca. A parlamentar viajava no banco de trás do carro conduzido por Anderson Gomes, quando criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes. Anderson também morreu no ataque.

Outro carro

Um segundo carro participou do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, segundo a polícia. De acordo com os investigadores, esse veículo passou a seguir o carro de Marielle junto com um Cobalt com placa de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense.

O Cobalt, que foi usado para matar a vereadora Marielle, era clonado. Segundo a polícia, o veículo original foi localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mas os agentes continuam fazendo buscas para encontrar o carro. Ainda não foi informado o modelo desse outro carro nem se dele foram disparados tiros que mataram Marielle e Anderson.

Ação e investigação

Segundo a investigação, o Cobalt já estava estacionado perto da Casa das Pretas quando Marielle chegou para mediar um debate na noite de quarta-feira,14. No momento que o carro da vereadora estacionou, um homem saiu do Cobalt e falou ao celular. As imagens que mostram o carro suspeito parado em frente à Casa das Pretas foi divulgado na noite de sexta-feira, 16, pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

Cerca de duas horas depois, Marielle foi embora no carro com uma assessora e o motorista. O Cobalt também saiu, piscou o farol e seguiu o carro de Marielle. De acordo com a investigação, no meio do caminho, o segundo veículo entrou na perseguição.

Em uma nova perícia feita no fim da tarde de quinta-feira,15, ficou constatado que 13 disparos atingiram o veículo em que Marielle estava: nove na lataria e quatro no vidro. Os assassinos usaram uma arma 9 mm para executar o crime.

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