Editorial

A peleja do lixo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

Limpa, suja, limpa, suja, limpa, suja. O ciclo ocorre todos os dias em vários pontos de São Luís, dos bairros nobres aos da periferia da cidade. Nada do que é feito pelo poder público municipal - de recolher o lixo até campanhas de conscientização - parece adiantar quando se trata do descarte irregular de resíduos na capital maranhense.

É uma peleja diária manter a cidade limpa. Dentro dos bairros, e até nas avenidas, é possível ver a falta de consciência da população, a principal beneficiária da limpeza pública. Se no início da manhã os carros da limpeza pública limpam os terrenos onde há acúmulo de lixo, no fim da mesma manhã já está tudo sujo novamente. As equipes da Prefeitura então retornam ao local para recolher novamente o que foi descartado. A tarde o cenário se repete.

Além do péssimo hábito de jogar lixo inadequadamente trazer um aspecto ruim de sujeira e mau cheiro para a cidade, tal gesto provoca problemas que são maximizados, sobretudo, durante o período chuvoso. Esse lixo que é descartado no chão, é o mesmo que entope os bueiros e galerias de ruas e avenidas e provoca as enchentes por toda a cidade. Quem costuma andar pela cidade vê todos os dias as equipes trabalhando na desobstrução desses dispositivos, mas ainda assim eles entopem, porque a quantidade de lixo jogado na rua sem controle, é cada vez maior.

Podemos tirar como exemplo os constantes alagamentos no Mercado Central, que tem uma rede de drenagem, mas que entope rapidamente por causa do expressivo volume de lixo. Nas imagens do acúmulo de água no local que circulam tão rapidamente nas redes sociais, é possível ver o mar de sujeira. Quando o trabalho de desobstrução é iniciado, mais sujeira, muita sujeira. Chega a ser revoltante a situação.

Há casos absurdos em que as pessoas descartam o lixo ao lado do contêiner, muitas vezes vazio, onde ele deveria ser depositado e fica a pergunta: Porquê?

Em casos mais inaceitáveis ainda, as pessoas descartam os resíduos ao lado dos Ecopontos, espaços estruturados pela Prefeitura de São Luís para receber móveis velhos, eletrodomésticos, entulho, resto de capina, etc. Um exemplo é o que ocorre na Avenida Ferreira Gullar, onde foi inaugurado o último Ecoponto, o 9º da cidade. Ao longo da via, a calçada tem diversos pontos onde os moradores e carroceiros jogam o lixo indiscriminadamente, mesmo havendo um lugar próximo e criado exatamente para essa finalidade.

Não dá para entender o que ainda está faltando para a população mudar os seus hábitos. E o mais inteligível disso tudo é que a população que suja é a mesma que compartilha imagens de alagamentos e de lixões, critica o poder público e exige as providências. Quem dera a consciência de denunciar tão agilmente nas redes sociais fosse a mesma de fazer a sua parte não sujando, não é mesmo?

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