Perigo de desabamento

18 moradias em áreas de risco já foram interditadas em SL

Defesa Civil afirma que trabalha com a conscientização dos moradores para deixarem os imóveis comprometidos, mas há casos de famílias que permanecem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

O período chuvoso trouxe atenção redobrada às áreas de risco de deslizamento e desabamento em bairros de São Luís. Segundo dados da Defesa Civil Municipal, 18 moradias já foram determinadas como impróprias para habitação e foram interditadas. Mas, em alguns casos, os moradores ainda não desocuparam o imóvel.

O levantamento apresentado pela Defesa Civil solicitado por O Estado aponta sete áreas constantemente fiscalizadas por possuírem 59 pontos que podem ser considerados de risco e ficam em áreas como Vila Embratel, Vila Dom Luís, Piancó, Vila Lobão, entre outras.

Neste ano, outros dois pontos que não apresentaram risco anteriormente chamaram a atenção do órgão, que passou a fiscalizar imóveis instalados na região central de São Luís e no São Francisco.

Segundo Elitânia Barros, superintendente da Defesa Civil de São Luís, há um trabalho constante para conscientização dos que residem nessas áreas, para que possam desocupar e preservar seu bem maior, que é a vida. "Nós estamos sempre realizado ações no sentido de conscientizar e informar aquelas pessoas do risco que estão correndo de manterem suas casas ali", disse.

Um dos principais fatores para que essas áreas estejam em risco é a interferência humana, uma vez que muitos cortam as bases das barreiras, o que põe em risco tanto quem mora em cima, quanto embaixo. Podem ser vítimas de deslizamentos de terra, sobretudo após chuvas. Mesmo assim, muitos moradores insistem em permanecer nas casas instaladas em áreas de risco, principalmente, por não ter, segundo eles, outro espaço para se instalarem.

O Estado esteve na Vila Embratel, onde a Defesa Civil afirmou que oito casas haviam sido interditadas por causa do perigo de desabamento. Na Rua São Félix, onde lonas foram colocadas para tentar conter a barreira, as casas estavam fechadas e abandonadas e outras com pessoas ainda residindo.

Uma das que continuam ocupadas é a da doméstica Rita Pinho, de 47 anos, que tem a casa a menos de cinco metros de uma grande barreira cortada. "Eu fico aqui imaginando, com medo, junto com meu marido, de que essa barreira deslize sobre nós enquanto estivermos dormindo, mas não temos para onde ir", enfatizou.

Rita Pinho ainda disse que nenhum órgão a procurou para alertar dos perigos evidentes de continuar residindo naquela área. "A gente já esperou aqui, mas nunca veio ninguém alertar nem propor uma saída para tirarmos nossas coisas daqui", disse.

Kelly Pereira, coordenadora técnica da Defesa Civil, considerou a resistência de muitos como um dos principais problemas nessas áreas. "Por mais que muitos estejam vendo que não podem continuar ali, eles não saem das residências, muitos porque não tem para onde ir. Assim, nós acionamentos órgãos municipais de apoio e encaminhamos o caso ao Ministério Público", ressaltou.

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