O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot questionou em seu Twitter os motivos que levaram a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, e o presidente Michel Temer (MDB) a se reunirem, 10, na residência da ministra.
"Causa perplexidade que assuntos republicanos de tamanha importância sejam tratados em convescotes matutinos ou vespertinos", escreveu o ex-chefe do Ministério Público Federal.
O encontro de sábado foi marcado por Temer na quinta-feira, 8, durante seminário de 25 anos da Advocacia-Geral da União. Cármen o recebeu em sua casa para discutir segurança pública, especificamente a intervenção federal no Rio e o caos nos presídios brasileiros.
A reunião foi mais uma oportunidade para Temer apresentar uma defesa contra a inclusão de seu nome no inquérito que apura suspeitas de repasses de propinas da Odebrecht para campanhas eleitorais do MDB em troca de favorecimento à empresa.
Autor das duas denúncias contra o emedebista ao Supremo Tribunal Federal no âmbito da Operação Patmos - uma envolvendo suposta obstrução de Justiça e outra referente ao "Quadrilhão do MDB" em que Temer é acusado como líder de organização criminosa -, Janot passou a usar as redes sociais quando deixou a chefia do Ministério Público Federal.
Delações
Janot também não poupou sua sucessora na Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge, e, também no sábado, 11, criticou o lapso de seis meses sem novos acordos de delações. "Vai ser assim?".
Somente entre 2015 e 2017, sob a condução de Janot, o Ministério Público Federal firmou 159 acordos de delação. Entre elas, a da Odebrecht, que englobou 77 executivos e ficou conhecida como "delação do fim do mundo", e a da JBS, alvo de críticas e rescindida meses depois por supostas omissões de crimes pelos colaboradores.
O ex-diretor-geral da PF, Fernando Segovia, também foi duramente criticado por Janot, desde a sua posse, quando questionou a "materialidade" da mala dos R$ 500 mil da JBS ao ex-assessor do presidente Michel Temer como prova em investigação. Àquela época, Janot reagiu, também no limite dos 140 toques de seu Twitter. "Só pode ser brincadeira".
Outro lado
A reportagem fez contato com a assessoria do presidente Michel Temer mas ainda não obteve resposta. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, não vai se manifestar.
Presidente destaca ações
do Meio Ambiente
em seu governo
Pasta comandada pelo ministro Sarney Filho é vista por Temer como uma das mais eficientes
O presidente Michel Temer afirmou, nesta segunda-feira, 12, que o governo está "ciente e consciente" da necessidade de cumprir as metas Acordo de Paris, tratado intergovernamental sobre mudança climática. O desafio para o Brasil, sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, é a redução de 37% de suas emissões até 2025.
Segundo Temer, seu governo "fez muito" pelo meio ambiente. "Eu verifico que muitas vezes há notícias de que nós estamos degradando o meio ambiente, e é o contrário", declarou durante cerimônia de lançamento do processo de conversão de multas ambientais em prol das bacias dos rios São Francisco e Parnaíba, no Palácio do Planalto.
Ele lembrou dado divulgado no ano passado de que houve redução de 16% no desmatamento na Amazônia em um ano e destacou que o ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) estima que o número pode chegar a 20%. Além disso, apontou como conquistas do seu governo a criação do Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes e a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
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