Artigo

O Brasil que eu quero

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

Com enorme frequência, operações vem sendo deflagradas pela Polícia Federal em todo o território nacional. Às vezes me pergunto o que seria desta nação não fosse essa robalheira espalhada pelos quatro cantos deste país. Não temos terremoto, não temos furacão, somos autosuficientes em nossa matriz energétca, temos uma gigantesca área agricultável e estações de ano que não apresentam surpresas. E por que não somos um país rico e desenvolvido?

A mídia brasileira vem abordando de forma contundente os problemas da corrupção como se esse fosse o nosso maior pecado. A operação Lava Jato tem sido exaltada a tal ponto que até certos promotores de Justiça aproveitam aqueles segundos de fama frente às câmeras das TV''''s para se colocarem como os paladinos da verdade.

Acabamos de assistir a intervenção federal nos sistemas de “falta de segurança” no estado do Rio de Janeiro vaticinando a falência total do estado quanto a este quesito. Os demais direitos de cidadão estão, há muito, sendo descumpridos pelo poder público, a exemplo das filas quilométricas à porta dos hospitais e dos cidadãos morrendo nos corredores enquanto esperam para serem operados. Quando se fala em educação, o Estado brasileiro já entregou os pontos há muito tempo; os indicadores de aprendizado são um dos mais baixos do Mundo.

A pauta da grande mídia brasileira é uníssona: Corrupção e violência. Apontam os problemas mas são incapazes de fomentar alternativas que possam tirar o País desse estado de inércia e sem perspectivas de um futuro melhor. Se pensam que somente em denunciar os problemas a solução virá por consequência, ledo engano!

Está sendo perdida uma grande oportunidade para aproveitar este quadro caótico em que se encontra a sociedade brasileira para desenvolver uma ampla campanha nacional destinada a emergir deste mar de lama e reverter este perverso quadro que nos deparamos a cada dia..

Onde andam as grandes corporações brasileiras, as lideranças políticas de boa índole, as universidades, as entidades de classe, e o empresariado bem sucedido? Não se vê uma única ação, um movimento sequer que possa sacudir a sociedade brasileira em busca de soluções concretas para serzir este podre tecido social que nos envolve.

Lembro que há 50 anos, raríssimos motoristas utilizavam o cinto de segurança em seus automóveis; hoje, ao entrarmos no carro, todos, de forma automática, fazemos uso do cinto. A primeira vez que fui a Paris, ao chegar num restaurante para jantar e dizer que queria uma mesa para não fumante, colocaram-me debaixo de uma escada e em frente ao banheiro; hoje, se dissermos que somos fumantes, nem nos deixarão entrar!... O por quê dessa mudança? Decisão de governo e campanhas educativas bem estruturadas.

Tenho um amigo que vive dizendo que esta geração nossa está perdida! Perdeu o trem da história. Falhamos na construção de um País mais desenvolvido e mais justo. Em parte concordo com ele e me preocupo com o futuro das próximas gerações.

Muito precisa ser feito e a cada dia que vejo nascer uma criança, enxergo nela a única chance de reversão desse quadro. Se já não há mais como consertar esta geração aí posta, que tal focar na outra que está surgindo? O País precisa acordar e investir na educação e na formação dessa nova geração.

Sem educação não há salvação.

José Jorge Leite Soares

Ex-deputado estadual, membro da Academia Pinheirense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

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