Eleições 2018

Levi Pontes critica “massacre”, após áudio em que negocia apoio em troca de verba para UPA

Deputado do PCdoB fala pela primeira vez depois se ser flagrado em suposto crime eleitoral

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
levi Pontes confessou pela segunda vez crime eleitoral.
levi Pontes confessou pela segunda vez crime eleitoral. (Deputado Levi Pontes)

SÃO LUÍS - O deputado estadual Levi Pontes (PCdoB) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã de para tentar explicar o teor de uma gravação em que ele parece confessando que pressionou o prefeito de Chapadinha, Magno Bacelar (PV), a apoiar-lhe politicamente em troca do envio de verbas do Governo do Estado para a manutenção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade.

O áudio vazou na semana passada e já foi encaminhado ao Conselho de Ética da Assembleia pela deputada estadual Andréa Murad (MDB), que pede a cassação do comunista por quebra de decoro parlamentar

Em rápido discurso, ele se disse vítima de perseguição, afirmou que o áudio foi criminosamente vazado e garantiu que a gravação foi “clandestina”, “extremamente distorcida” e “mal interpretada”

“Foi um vazamento criminoso de um áudio gravado em minha residência em Chapadinha. Foi uma gravação clandestina extremamente distorcida, mal interpretada e nenhum ilícito se extrai da conversa maldosamente gravada. Vou enfrentar e superar mais essa perseguição contra mim”, disse.

Levi argumentou que a conversa tratava de uma reivindicação e assegurou não ter havido irregularidade no diálogo.

“Na gravação, trato da reivindicação do aditivo do convênio entre Governo do Estado e Prefeitura de Chapadinha, em diálogo privado e coloquial. Por mais que os contrários apelem e forcem a barra para me desgastar, nenhum ilícito se pode extrair da conversa maldosamente gravada”, completou.

O parlamentar se disse, ainda, vítima de invasão de privacidade. “Diante dos fatos ocorridos nos últimos dias, parece que todos nós, que somos pessoas públicas, estamos sujeitos a essas invasões de privacidade”, lamentou.

Negociação – A gravação em questão pode ter revelado como funciona um suposto esquema de uso da Saúde em troca de apoio político para as eleições 2018.

No áudio, Pontes, que pertence ao mesmo partido do governador Flávio Dino (PCdoB), negocia suporte financeiro do Executivo Estadual à Prefeitura de Chapadinha. Ele explica que a UPA é de responsabilidade do município, mas o Governo do Estado teria assumido o compromisso de mantê-la até o fim do mês de março, quando a SES pretende entregar o Hospital Macrorregional da cidade.

O comunista pondera, contudo, que o prefeito Magno Bacelar o procurou para pedir que convencesse o governador Flávio Dino a manter a unidade com recursos do Estado por, pelo menos, mais um ano. Ele aceita interceder pelo prefeito, mas deixa claro que isso teria um custo político.

“Me pediu [Magno Bacelar] para manter e para melhorar a Prefeitura pelo menos um pouco, mais um ano. Resposta minha: ‘depende, prefeito. Se o senhor me tratar bem eu posso conseguir’. Porque do jeito que eu consegui para botar para funcionar, eu consigo que o governador devolva o que é dele”, disse.

Em seguida, Levi Pontes assegura que já conversou sobre o tema com o governador Flávio Dino e com o secretário Carlos Lula.

“Ele [Magno Bacelar] já foi chamado e oficializado que vão entregar, mas eu já falei com o governador e liguei para o secretário hoje: ‘Lula, não é para devolver até a segunda ordem, liga para o governador que ele sabe'”, completou.

MAIS

No áudio, Levi Pontes também direciona ofensas à figura do governador Flávio Dino. Ele afirma que tem ajudado o chefe do Palácio dos Leões, e que por isso, também exigiria ser ajudado. “Botar retrato de macho dentro de casa… Até no meu quarto de dormir eu tirei o da mulher e botei o dele [Flávio Dino]. Não é possível que esse filho da puta [sic] não me ajude […] Mão lavada, lava a outra. Se eu estou ajudando ele, então ele tem que me ajudar. Não tem comida de graça”, completou.

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