Reduto opositor

Forças governamentais sírias avançam por Ghouta Oriental

Esta operação terrestre conta com a cobertura da aviação, que ontem realizou mais de 157 bombardeios na região; as autoridades sírias afirmam que enfrentam em Ghouta Oriental a Frente al Nusra, como antigamente se denominava a filial síria da Al Qaeda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Sírio caminha entre prédios destruídos em Duma, cidade de Ghouta Oriental
Sírio caminha entre prédios destruídos em Duma, cidade de Ghouta Oriental (Sírio caminha entre prédios destruídos em Duma, cidade de Ghouta Oriental)

DAMASCO - As forças governamentais sírias avançaram ontem por Ghouta Oriental, o principal reduto opositor dos arredores de Damasco, onde tomaram o controle de várias áreas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

As tropas leais ao governo de Damasco dominaram zonas no leste e sul da cidade de Mesraba, assim como outra em Beit Saua, após combates contra as facções islamitas da Legião da Misericórdia e do Exército do Islã.

Esta operação terrestre conta com a cobertura da aviação, que ontem realizou mais de 157 bombardeios na região. Segundo o Observatório, pelo menos cinco civis morreram ontem por ataques aéreos em Yisrin e Saqba.

A agência de notícias oficial síria, SANA, informou que o exército continuou hoje com suas operações em Ghouta Oriental, onde ontem à noite realizou um ataque contra remanescentes de "grupos terroristas" em Hush al Ashari e Al Mohamediya, Al Rihan e Mesraba.

As autoridades sírias afirmam que enfrentam em Ghouta Oriental a Frente al Nusra, como antigamente se denominava a filial síria da Al Qaeda.

As forças governamentais, apoiadas pela Rússia, iniciaram em 25 de janeiro uma incursão terrestre em Ghouta Oriental, controlada por grupos islamitas e onde pelo menos 104 soldados das tropas fiéis ao presidente Bashar al Assad e 95 insurgentes perderam a vida.

Uma semana antes, as aviações da Síria e Rússia e a artilharia governamental intensificaram seus ataques contra a região, que, de acordo com a última apuração do Observatório, causaram a morte de 810 civis, entre eles 179 menores.

"Apocalipse"

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou ontem o regime sírio de criar o "apocalipse" em seu país e afirmou que o conflito entrou em uma "fase de horror".

"Este mês, Guta Oriental foi descrita pelo secretário-geral (da ONU) como um inferno na terra", afirmou Zeid Ra'ad al Hussein ao apresentar seu relatório anual ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Agora o conflito entra em uma nova fase de horror", afirmou Zeid, que denunciou "o enorme derramamento de sangue em Guta Oriental e a escalada da violência na província de Idlib, que deixa dois milhões de pessoas em perigo".

"No próximo mês, ou no seguinte, será outro lugar em que as pessoas enfrentarão o apocalipse, um apocalipse pretendido, planejado e executado por indivíduos do governo, aparentemente com o apoio total de alguns de seus aliados estrangeiros", completou.

"É urgente inverter esta tendência catastrófica e enviar a Síria ao Tribunal Penal Internacional", disse o Alto Comissário.

Mas esta hipótese parece pouco provável, já que a instituição depende do Conselho de Segurança, no qual a Rússia continua protegendo a aliada Síria.

O conflito na Síria começou em março de 2011 com a repressão de manifestações pró-democracia. Com o passar dos anos se tornou uma guerra complexa, com a participação de vários personagens. Mais de 340.000 pessoas morreram em quase sete anos.

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