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Proposta quer limitar quantidade de veículos de aplicativos em SL

De acordo com o texto, analisado na Câmara dos Vereadores, seria autorizada a circulação do serviço considerando o contingente populacional da cidade

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Insatisfeitos, motoristas de Uber realizaram uma manifestação na manhã de ontem, na Via Expressa
Insatisfeitos, motoristas de Uber realizaram uma manifestação na manhã de ontem, na Via Expressa (Uber)

Uma proposta de emenda ao projeto de Lei nº 001, de 2017, quer limitar a quantidade de veículos de aplicativos (como Uber, 99 Táxi e Cabify) em São Luís. De acordo com o texto, que está sendo analisado pela Câmara dos Vereadores, seria autorizada a circulação do serviço considerando o atual contingente populacional da cidade. Segundo a proposta, somente seria autorizada a circulação de um motorista de aplicativo para cada 3,5% da população ludovicense.

Caso o texto seja aprovado, segundo os cálculos da empresa Uber, por exemplo, apenas 28 veículos teriam concessão legal para atuar na cidade. Considerando o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se o percentual for obedecido, haveria um veículo Uber para aproximadamente 42 mil pessoas. Atualmente, são mais de 6 mil motoristas em todo o estado. Insatisfeitos, representantes dos motoristas Uber realizaram, na manhã de ontem, 6, uma manifestação na Via Expressa, em São Luís.

Ainda segundo a emenda, a concessão do serviço seria dada pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), que manteria uma espécie de cadastro com a relação dos motoristas habilitados. Para a autorização, o motorista de aplicativo seria obrigado ainda a se submeter a um curso de condutores, com carga horária mínima de 20 horas. Na capacitação, os profissionais receberiam dicas, por exemplo, sobre primeiros socorros, mecânica básica e até relação interpessoal.

Polêmica
Além da emenda que restringiria o número de motoristas do aplicativo na cidade, outra proposta também causou polêmica e se refere ao veto da circulação de veículos Uber com placas de outras cidades. De acordo com cálculos de entidades ligadas ao serviço, cerca de 80% dos veículos Uber são alugados e, em sua maioria, circulam com placas de cidades das regiões Sul e Sudeste do país.

As propostas que modificariam a fiscalização dos veículos de aplicativos estão em fase de discussão na Comissão de Mobilidade Urbana do Legislativo Municipal. No dia 28 do mês passado, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de regulamentação do serviço em todo o país. De acordo com o Legislativo, o texto irá para a análise do Executivo.

Caso o texto seja sancionado, os motoristas de aplicativos se livram da exigência de que seus veículos circulem com placa vermelha. Com base na decisão federal, a Câmara de São Luís deverá acrescentar ou retirar termos do PL nº 001. Um dos termos a serem incluídos em futura regulamentação local dos aplicativos de transporte de passageiros será a forma de cobrança tributária, ponto de insatisfação dos taxistas quanto ao aplicativo. De acordo com a classe, a concorrência se torna desigual já que, enquanto a categoria deve quitar com taxas anuais, o Uber estaria isento desta obrigação.

SAIBA MAIS

A polêmica envolvendo motoristas de aplicativos, em especial, de Uber, começou ainda em 2015, quando a Câmara de São Luís votou um projeto de lei que versava sobre o tema e que proibia o serviço. A proposta foi aprovada na Casa, no entanto, o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, não sancionou e nem vetou a matéria, que voltou para a apreciação dos vereadores.
No dia 26 de abril do ano passado, a Câmara de São Luís aprovou a legislação, proibindo o serviço Uber na capital maranhense. Um dia após a promulgação da nova lei, uma Ação Popular foi protocolada na Justiça, requerendo a revogação do texto. Segundo o pedido, o Uber “era considerado um sistema de transporte privado”, que estava respaldado por legislação federal.
Com respaldo da Câmara, a Prefeitura de São Luís iniciou, em maio de 2017, a fiscalização dos veículos Uber. A ordem, até então, era recolher qualquer veículo que oferecesse o serviço. A decisão causou polêmica e posicionamento do Ministério Público do Estado, que à época considerou que o Uber “seguia padrões legais”. Diante do contexto, em junho do mesmo ano, a Prefeitura recuou e decidiu não recolher mais veículos Uber.

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