Editorial

Crise e mudança de hábitos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

Não há como negar que a crise financeira atingiu o brasileiro em cheio e mudou hábitos, rotinas, planos, projetos de uma vida inteira. Numa escala crescente, há o time dos que reprogramaram os gastos, cortaram despesas, perderam investimentos, substituíram marcas de produtos usados e até os que ficaram sem rendimentos salariais com o aumento do desemprego.
Agora, pesquisa do do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) comprova essa mudança e a traduz em números. Segundo dados do levantamento, um total de 72%, a maioria dos brasileiros, mudou a rotina financeira por causa da crise econômica.
Entre os que afirmaram ter mudado seus hábitos financeiros, 51% buscaram economizar nos serviços de luz, água e telefone, pensando no valor da conta; 46% adotaram a substituição de produtos por marcas similares mais baratas; 44% passaram a controlar os gastos pessoais e/ou da família; e 43% passaram a evitar parcelamentos muito longos.
Só 19% garantem não ter feito mudanças. Outro detalhe é que oito em cada dez consumidores pretendem manter os hábitos caso a crise que o país atravessa seja resolvida ainda neste ano. De acordo com a pesquisa, o orçamento mais curto fez com que muitas famílias brasileiras modificassem a rotina de compras, além de repensar algumas de suas prioridades.
55% dos brasileiros usam de cautela extra, evitando o consumo de produtos supérfluos. O percentual aumenta para 68% entre os mais velhos e 69% entre os pertencentes às classes A e B.
Parcela de 55% reduziu os gastos com lazer. Um total de 54% passou a fazer pesquisas de preço antes de adquirir um produto e 52% ficaram mais atentos às promoções de produtos, buscando preços menores. Com a crise econômica, diminuiu o hábito de poupar ao menos uma parte dos rendimentos, o que só foi mencionado por 26% dos entrevistados.
Para se ter uma ideia, 42% sentiram alívio e tranquilidade por não estourar o orçamento, enquanto 36% relatam alegria por conseguir manter pelo menos o essencial. Do outro lado, 32% mencionam frustração por deixar de comprar certos produtos de que gostam e 31% fazem referência à limitação de querer comprar e não poder. Para completar, 21% se sentem constrangidos por não poder dar para família o que eles desejam.
Como contraponto, 83% pretendem manter os hábitos que adquiriram durante a crise nacional mesmo que a situação do país melhore em 2018. Somente 8% pretendem abandoná-los. Esse dado não é de todo ruim, se é que se pode tirar algo bom de uma crise - foram quase três anos consecutivos de recessão violenta, que se estendeu de meados de 2014 ao final de 2016. Eis que esse pode ser considerado um grande ensinamento.

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