Se esperava enfrentar uma oposição desorganizada, desmotivada nas eleições de outubro, o governador Flávio Dino (PCdoB) não tinha noção do estrago que poderia causar o afastamento de seu principal tutor e criador, o ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido). Independentemente da posição que Tavares vier a adotar na eleição, seu gesto desponta como uma espécie de exortação à força dos que enfrentarão o comunista nas urnas em outubro.
Desde o anúncio do rompimento do ex-governador, lideranças de oposição passaram a conversar entre si, reunir-se em articulações mil e a projetar cenários capazes de vislumbrar uma vitória contra o atual ocupante do Palácio dos Leões.
E nem mesmo um recuo de José Reinaldo - há quem ainda alimente esta hipótese - será capaz de amenizar os estragos causados na seara comunista, que resultaram em um “deus nos acuda” desde que a mídia anunciou seu afastamento.
Flávio Dino enfrentaria a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o senador Roberto Rocha (PSDB), os ex-deputados Maura Jorge (Pode) e Ricardo Murad (PRP), além de, provavelmente, o deputado Eduardo Braide (PMN), com cada um buscando ocupar seus espaços de forma isolada. Agora, todos têm a mesma percepção da fragilização comunista neste atual momento.
E vão para a disputa com gás renovado, cada um em sua faixa de atuação eleitoral.

“Perdeu”
O deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB) foi mais um emissário de Flávio Dino a tentar demover o ex-governador José Reinaldo (sem partido) do afastamento do governo.
Ouviu de Tavares o que não queria, em pleno plenário da Câmara Federal.
- Rubens, Flávio Dino perdeu a eleição! Pode ter a certeza disso - afirmou o ex-governador, para perplexidade do deputado comunista.

Pra que lado?!
A família do pecuarista e empresário Dedé Macedo está analisando os cenários antes de decidir-se sobre o anúncio de como se portará nas eleições de outubro.
Financiadores da campanha de Flávio Dino desde 2010, os Macêdo foram incluídos por José Reinaldo como suplentes de sua candidatura ao Senado.
Com o rompimento entre Tavares e Dino, eles terão de dizer em que lado ficarão.

Sem importância
O PT maranhense continua em sua luta inglória de tentar barganhar com o governo Flávio Dino (PCdoB), mas sem poder de articulação para isso.
Já foi, inclusive, ridicularizado pelo lugar-tenente do governador, secretário Márcio Jerry, que descartou qualquer participação do partido na chapa majoritária de Flávio Dino.
Mesmo assim, apenas poucas vozes indignadas são ouvidas em defesa petista.

Insatisfação
Insatisfeitos, próximos da indignação, é como se mostram integrantes de várias categorias funcionais do Estado, entre as quais a dos fiscais agropecuários (leia-se AGED), no quesito “revisão salarial” no governo Flávio Dino.
Admitem o direito dos “contemplados”, mas reclamam da discriminação de que são alvo, desde 2015.
Desde então, ativos e aposentados da Aged estão no limbo.

Confusão
O senador Roberto Rocha (PSDB) emitiu nota na qual acusa “setores das redes sociais” de estarem plantando fake news que apontam sua desistência da candidatura ao governo do Estado.
Para observadores políticos, a atitude de Rocha soou mais como uma espécie de confusão entre seus desejos eleitorais e a realidade que se impõe.

Agressão
Não será fácil a vida do deputado estadual Cabo Campos (PSC), após denúncia de agressão à própria mulher.
Mesmo com o histórico de corporativismo da Assembleia Legislativa, a pressão social em torno do cargo tem levado deputados ao constrangimento diante do colega.
A denúncia contra Campos foi feita à Delegacia da Mulher e o inquérito já avançou até o ponto do exame de corpo de delito na vítima.

DE OLHO
R$ 2 milhões
por mês é quanto o governo repassa ao Hospital de Chapadinha, manipulado pelo deputado comunista Levi Pontes, segundo confissão.

Denunciados
A mancha ética na atual bancada de deputados estaduais tem criado embaraços ao comando da Assembleia Legislativa.
Em plenário estão, além de Campos, os deputados Levi Pontes, Ana do Gás e Fernando Furtado (todos do PCdoB), flagrados em crimes graves, do ponto de vista do decoro.
E entidades representativas de vários segmentos sociais pressionam o comando do Legislativo a uma providência adequada à gravidade do caso.

E MAIS

• O deputado federal Hildo Rocha passou a ser alvo do governador Flávio Dino, que faz de tudo para evitar sua reeleição à Câmara.

• O governo comunista tenta evitar desgaste com a possível anulação da operação policial comandada pelo secretário Jefferson Portela contra uma quadrilha de contrabandistas.

• O senador Roberto Rocha (PSDB) emitiu nota na qual acusa “setores das redes sociais” de plantarem fake news sugerindo sua desistência da candidatura ao governo.

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