Foram registradas 1.781 denúncias de casos de violência contra idosos pelas Promotorias de Justiça de Defesa do Idoso de São Luís, durante o ano de 2017. De junho a dezembro de 2016, foram contabilizadas 378 ocorrências. Maus-tratos (físicos e/ou psíquicos) lideram o ranking dos casos violentos, seguidos de negligência (familiar ou institucional) e apropriação de bens e rendimentos dos idosos por familiares ou outro indivíduo.

De acordo com a Delegacia do Idoso, 1.707 ocorrências de violência contra a pessoa idosa foram registradas no ano de 2017. Em 2018, 232 casos já foram contabilizados, de janeiro até o momento.

“Assim que recebemos a denúncia, seja aqui nas promotorias, pelas redes sociais, ouvidoria do Ministério Público do Maranhão, dependendo do caso, acionamos as entidades de segurança, saúde e o que for necessário. Os dados de violência contra a pessoa idosa são preocupantes. Cada vez aumentam”, frisou Augusto Cutrim, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Idoso de São Luís.

O promotor também destacou que a violência é praticada contra idosos das mais diversas classes sociais. “A maldade do ser humano não tem classe social, seja de classe média, baixa ou alta. O que vemos aqui são casos de violência contra idosos de todas as classes sociais”, apontou.

Cutrim destacou a importância de denunciar qualquer tipo de violência praticada contra os idosos e como a população deve fazer. “É importante denunciar. Se não denunciar, é difícil sabermos. A pessoas podem vir nas promotorias ou ligar nos números 3219-1816 ou com final 1845; também pode ligar para a ouvidoria do Ministério Público do Maranhão (MPMA) no 0800 98 16 00 ou fazer a denúncia por meio das redes sociais do MPMA.

SAIBA MAIS

IDOSO x CUIDADOR

Sinais de que o idoso está sofrendo violência
Ter medo de um familiar ou de um cuidador profissional;
Não querer responder quando se pergunta, ou olha para o cuidador/familiar antes de responder;
Seu comportamento muda quando o cuidador/familiar entra ou sai do espaço físico onde se encontra;
Manifesta sentimento de solidão, diz que precisa de amigos, família, dinheiro, etc;
Expressa frases que indicam baixa autoestima: “Não sirvo para nada”, “Só estou incomodando”;
Mostra exagerado respeito ao cuidador/familiar.

Sinais de que o cuidador pode ser um possível agressor
Apresenta um importante nível de estresse ou sobrecarga nos cuidados com a pessoa idosa;
Dificulta ou evita que o profissional e a pessoa idosa conversem em particular;
Insiste em contestar as perguntas dirigidas à pessoa idosa;
Põe obstáculos para que se proporcione no domicílio a assistência necessária à pessoa idosa;
Não está satisfeito em cuidar da pessoa idosa;
Mostra descontrole emocional, fica sempre na defensiva;
Mostra-se excessivamente “controlador” nas atividades que a pessoa idosa realiza na vida cotidiana;
Culpabiliza o idoso por tudo o que acontece, inclusive pela
sua condição de saúde.

DIQUE ATENTO

Sinais de violência física:
Lesões sem explicação como feridas, nódoas negras ou cicatrizes recentes; fraturas ósseas; armações de óculos partidas; marcas que evidenciam o ato de ser amarrado, por exemplo, de cordas nos pulsos

Sinais de violência psicológica:
O idoso encontra-se emocionalmente perturbado; isolamento;
medo de estar com outras pessoas; depressão não habitual; recusa, sem explicação, de participar nas atividades diárias;
depreciação e/ou ameaças por parte de membros da família

Sinais de violência sexual:
Marcas escuras nos seios ou genitais; doenças venéreas ou infeções genitais inesperadas; hemorragia genital ou anal sem explicação; roupa íntima rasgada, manchada ou com sangue.

Sinais de negligência ou abandono:
Perda de peso, má nutrição, desidratação; falta de condições de higiene; encontrar-se sujo ou sem ter tomado banho; roupa ou agasalhos inadequados para a estação do ano; falta de condições de segurança da habitação (aquecimento, material elétrico sem proteção); desaparecimento do idoso em local público.

Sinais de violência Financeira/econômica:
Forçar a pessoa a assinar um documento, sem lhe explicar para que fim se destina; forçar a pessoa idosa a celebrar um contrato ou a alterar o seu testamento; forçar a pessoa idosa a fazer uma procuração ou ultrapassar os poderes de mandato; tomar decisões sobre o patrimônio de uma pessoa sem a sua autorização; levantamentos significativos da conta da pessoa idosa; mudanças suspeitas de beneficiários de testamentos, seguros ou de bens; forçar a pessoa idosa a fazer uma doação, nomeadamente para reserva de vaga ou entrada em equipamento.

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