SÃO LUÍS - O deputado federal José Reinaldo Tavares (sem partido) confirmou ontem, em contato com O Estado, que iniciou conversas com o também deputado federal Waldir Maranhão (Avante) com o objetivo de formar uma chapa em que ambos possam ser candidatos a senador.
Eles se reuniram ontem, em Brasília, quando conversaram sobre esse tema, em específico, e sobre a sucessão estadual, de forma geral.
José Reinaldo mostrou certo entusiasmo após o encontro. Segundo ele, houve “total entendimento”.
“Devemos compor uma mesma chapa”, afirmou ele, ao comentar a possiblidade das duas candidaturas ao Senado. As conversas iniciais apontam para uma composição com o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), que estuda uma candidatura ao Governo do Estado;
Rompimento - O ex-governador já deixou oficialmente o grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) – movimento que foi anunciado no fim de semana - e aguarda posicionamento igual de Maranhão.
Nos dois casos, o motivo é praticamente o mesmo: eles tinham garantias do comunista de que seriam candidatos a senador pela chapa governista, mas o Palácio dos Leões acabou não lhes oferecendo o suporte esperado para o projeto. Zé Reinaldo reclamou, sobretudo, da falta de prestígio e da demora do governador em decidir sobre sua chapa de senadores.
Waldir Maranhão padece da mesma espera. Em maio de 2016, após uma articulação que teve como artífices Flávio Dino e o então ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, o deputado, no exercício da presidência da Câmara, anulou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em troca, teria o apoio do PT e do PCdoB a sua candidatura a senador em 2018. Dois anos depois, Waldir não vê o governador do Maranhão inclinado a cumprir o acordo, o que também pode motivar novo rompimento na base governista.
Aos mais próximos, ele garante que será candidato a senador em qualquer hipótese, mesmo sem o apoio do Palácio.
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Se José Reinaldo já tem filiação marcada para o dia 10 de março no DEM, Waldir Maranhão ainda não definiu por qual sigla disputará as eleições. Atualmente no Avante, ele tem um pedido de filiação ao PT ainda a ser avaliado, e garantias de lideranças nacionais da sigla de que terá portas abertas para ser candidato.
“Flávio Dino foi ingrato com Zé Reinaldo”, diz Edilázio
O deputado estadual Edilázio Júnior (PV) comentou o rompimento político do deputado federal e ex-governador do estado, Zé Reinaldo Tavares (PSB) com o governador Flávio Dino (PCdoB).
Para ele, Dino errou e agiu com ingratidão para com o ex-aliado, que buscava apoio para a disputa do Senado da República.
"Já dizia o padre Antônio Vieira: 'um bom cristão começa pela gratidão'. E eu pergunto aos colegas nesta Casa, se existe algum parlamentar ou algum político que fez mais pelo governador Flávio Dino do que o ex-governador Zé Reinaldo? Algum colega consegue me responder? Ora, aí, Deputado Adriano, que eu faço o questionamento: se ele fez isso com quem o criou não fará com qualquer outro que veio do grupo de Roseana, de Jackson, de Lobão Filho?", analisou.
Edilázio chamou atenção para a postura adotada pelo comunista e alertou os parlamentares da base governista.
"O governador [Zé Reinaldo] saiu de casa para votar em Flávio Dino para deputado federal. Ele que nunca tinha andado pelo interior do Maranhão, foi eleito naquela ocasião com mais de 100 mil votos. Era para ter sido o primeiro nome dele para o Senado. Mas ele falou: 'em política não há gratidão'", disse.
Edilázio afirmou que acredita na vitória da chapa do grupo de Roseana Sarney, Edison Lobão e Sarney Filho, e ponderou que apesar do rompimento, Zé Reinaldo deve sair nas eleições mais competitivo, uma vez que o seu discurso é em defesa do municipalismo.
"Ele [Zé Reinaldo] é amigo dos prefeitos, tem o apoio da Famem e Flávio Dino core longe dos prefeitos, não sabe o que é fazer um convênio. Tavares, foi só o primeiro, abriu a porteira. Semana que vem estarei aqui para me solidarizar ao deputado federal Waldir Maranhão. Já aos colegas, tomem a decisão correta, uma decisão acertada, escutem as vozes das ruas. Ninguém mais quer o comunista no nosso estado", finalizou.
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