Em outubro de 2017, o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB), cuja carreira política - dele e da família - foi toda construída sob o prestígio do ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido), fez um inflamado discurso, em um evento de pré-campanha do governador Flávio Dino (PCdoB) em São Mateus.
“É mais do que justo esse pleito do deputado Zé Reinaldo, justamente por tudo o que ele representa ao nosso campo político no Maranhão. Sem a história do governador Zé Reinaldo, não teria surgido o Flávio Dino, não teria o Jackson [Lago] vencido em 2006, não teria sido a história do jeito que foi”, disse.
Quatro meses depois, diante da confirmação de que Flávio Dino não iria mesmo apoiar Tavares - resultando no rompimento entre os dois -, o discurso de Rubens Júnior mudou completamente. Para ele, agora, a história do
ex-governador já não tem qualquer importância, diante da “orientação do PCdoB”.
“Eu sigo orientação do PCdoB. Em tempo de pré-candidatura, o apoio é inicial. Que pode se confirmar ou não. Meu apoio é irrestrito no campo político ao governador Flávio Dino”, disse Pereira Júnior, ontem, em entrevista ao blog do jornalista Gilberto Léda.
A postura do jovem deputado do PCdoB encerra uma famosa máxima da política: “É melhor sofrer no poder do que fora dele”.

Juntos
Outro traído por Flávio Dino, o empresário Dedé Macedo mantém projeto de apoiar a candidatura de José Reinaldo ao Senado.
Pecuarista e empresário, Macedo foi um dos pilares da estrutura usada pelo comunista em 2014, com cessão, inclusive, de um helicóptero para uso exclusivo na campanha.
No poder, Flávio Dino ignorou o empresário e o isolou até mesmo das visitas ao Palácio dos Leões.

Terceira via
José Reinaldo já começou a atuar para formar a terceira via nas eleições de outubro.
Ele quer reunir no mesmo palanque o senador Roberto Rocha (PSDB), o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), o federal Waldir Maranhão e o prefeito Hilton Gonçalo (PCdoB).
A ideia é chamar também o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), e o deputado estadual Alexandre Almeida (PSD).

Em Brasília
Os irmãos Rezende - Juscelino Filho e Stênio Rezende - garantem que manterão o controle do DEM maranhense, mesmo com a filiação de José Reinaldo.
Ocorre que o ex-governador sentou praça em Brasília para ter a garantia de que vai controlar a legenda no Maranhão.
Para convencer a cúpula nacional, o deputado articula também a filiação da colega de bancada Luana Costa (PSB) e do prefeito Hilton Gonçalo.

Submerso
O deputado federal Waldir Maranhão (Avante) passou a semana passada inteira gerando fatos em torno do seu nome, em busca de cacife para disputar o Senado.
Mas desde o anúncio do rompimento entre José Reinaldo e Flávio Dino, Maranhão simplesmente sumiu dos radares políticos.
Para os mais próximos, tem dito que o momento agora é de mergulhar.

Reconstituição
O delegado Renilton Ferreira confirmou no início da noite de ontem a O Estado que a reconstituição da morte do ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzin, acontecerá sexta-feira (27).
Nenzin foi executado no dia 6 de dezembro do ano passado e, inicialmente, as investigações tendiam para “crime de encomenda”, no entanto, concluiu-se que o filho dele, Manoel Júnior, é suspeito de ter efetuado os disparos fatais.
Na reconstituição, os investigadores querem saber mais detalhes sobre o assassinato.

DE OLHO
R$ 2 milhões
É o valor avaliado da carga encontrada em um sítio e pertencente a uma quadrilha de policiais em São Luís

Fleuma
Tem sido atribuído ao secretário Márcio Jerry, lugar-tenente de Flávio Dino, todos os reveses enfrentados pelo comunista nesta etapa da pré-campanha.
Mas se engana quem pensa que ele acusa o golpe; pelo contrário, infla o peito a cada vez que alguém aponta dedo seu em um ato político de Dino.
É o estilo Márcio Jerry de fazer política, já conhecido no interior maranhense.

E MAIS

• A confirmação de Carlos Brandão como vice de novo na chapa de Flávio Dino surpreendeu até mesmo os mais próximos do Palácio dos Leões.

• O petista Márcio Jardim tem usado declarações de ícones nacionais do PT para favorecer sua pré-candidatura ao Senado, como se tivesse alguma influência no MA.

• A ex-governadora Roseana Sarney prefere não tecer comentários sobre o rompimento do ex-governador José Reinaldo com o atual, Flávio Dino.

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