Trégua

Rússia anuncia pausa humanitária em Guta Oriental a partir de hoje

Trégua começa hoje e se prolongará por cincio horas a cada dia;o ministro de Relações Exteriores russo, Serguey Lavrov, reiterou ontem que a resolução da ONU não pode incluir os terroristas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

DAMASCO - O ministro de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou ontem uma pausa humanitária na região de Guta Oriental, nos arredores da capital da Síria, que começará hoje e se prolongará por cinco horas a cada dia.

"Anteontem foi adotada a resolução 2401 do Conselho de Segurança da ONU. Por ordem do presidente russo, Vladimir Putin, e com o objetivo de evitar vítimas entre a população civil de Guta Oriental, a partir do dia 27 de fevereiro, ou seja, hoje, entre as 9h e as 14h (horário local) todo dia será feita uma pausa humanitária", afirmou Shoigu.

O ministro antecipou, além disso, que "para a saída de civis será aberto um corredor humanitário" na região, cujas coordenadas serão anunciadas "em breve".

Ele lembrou contudo que Guta Oriental "não é o único foco de tensão para civis e refugiados" e fez referência ao acampamento de Al Rukban, junto à fronteira com a Jordânia, uma zona "que é controlada pelos Estados Unidos". Por isso, propôs também declarar uma pausa humanitária e abrir corredores nessa zona para que "os civis possam retornar às suas casas".

Comissão humanitária

Shoigu advogou pela urgente criação de uma comissão humanitária, sob os auspícios da ONU, para avaliar a situação humanitária em Raqqa, onde não há acesso e nem a organizações internacionais.
Segundo dados em poder da Rússia, a situação epidemiológica no local é "gravíssima", já que ainda há muitos corpos entre os escombros dos edifícios destruídos

A Rússia, que foi acusada junto ao regime de Bashar al Assad da morte de várias centenas de civis nos bombardeios das últimas duas semanas contra Guta Oriental, apoiou com condições a trégua de 30 dias aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.

O ministro de Relações Exteriores russo, Serguey Lavrov, reiterou ontem que a resolução da ONU não pode incluir os terroristas e não deve ser um obstáculo para as ações militares de Damasco contra os jihadistas.

Denúncia

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou ontem os "matadouros de seres humanos" na Síria, na República Democrática do Congo, em Burundi, Iêmen e Mianmar.

"Guta Oriental, as outras áreas cercadas na Síria, Ituri e Kasais na República Democrática do Congo, Taiz no Iêmen, Burundi, o norte de Rakhine em Mianmar se tornaram alguns dos mais prolíficos matadouros de seres humanos nos últimos tempos porque o suficiente não foi feito, de modo rápido e coletivamente, para evitar estes horrores", disse Zeid Ra'ad Al Hussein ao Conselho de Direitos Humanos, reunido em Genebra.

Ele acusou os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU de "responsáveis pela continuidade de tantos sofrimentos".

Estes países membros permanentes "terão que responder às vítimas caso continuem utilizando seus vetos para bloquear qualquer ação humanitária (...) que reduza os enormes sofrimentos das populações inocentes".

Zeid pediu a China, Rússia e Estados Unidos que acabem com o "pernicioso recurso ao veto". França e Grã-Bretanha são os outros dois membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

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